Peixe e não só
Era bonito aquele espaço em Santiago de Compostela onde almocei com quatro amigos, já lá vão bastantes anos. Entre sombras, luz, brilhos e petiscos, o apelo aos cinco sentidos, que deles precisamos na convivência dos momentos. Enquanto esperávamos para ser atendidos, a variedade de peixes apetecíveis na prateleira do expositor levou-me a recordar a faina de pesca numa outra ponta desta Península Ibérica tocada pelo mar imenso. Manhã cedo, passeando eu à beira-mar, assisti à chegada de dois barcos de pesca e à venda de peixe na praia. Emocionante toda aquela azáfama em redor de caixotes cheios à disposição dos interessados. Juntou-se gente: conhecidos, desconhecidos, amigos, curiosos. De fato de banho, em tronco nu, de calções, a t-shirt com o anúncio da época, a túnica diáfana da jovem mãe rente à areia, a criança a puxar- -lhe a mão, quero ir embora, gosto mais do Nemo. A bolsa do dinheiro à cintura do velhote, pega daqui, pesa ali, mete no saco de plástico verde, fala com a pessoa a seu lado, hoje tenho a família a almoçar, ainda preciso de ir à praça comprar pimentos, o adolescente apenas espreita, está de passagem a caminho do surf.
Nós, os cinco amigos, degustando o almoço de pescado, sentados à mesa de um lugar inesquecível.
M
2 comentários:
É como descreves, um acontecimento intenso e de curta duração. Lembrei-me das férias na Leirosa, a chegada do peixe, o barco puxado para praia por um trator e depois tudo o que contas
Cena muito bem descrita, M., cheia de movimento e colorido! A chegada à praia de um barco com peixe é sempre um acontecimento, até para as gaivotas…
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