Abrir a janela da manhã, na ilha do Faial, é ficar com o olhar preso na ilha do Pico, a filha mais nova dos vulcões que por ali fizeram um parque de diversões hoje chamado Açores. É olhar e ver a montanha, ou não a ver, ou dela só ver o chapéu, ou só a saia rodada, tudo numa inconstância que os ventos comandam e as nuvens executam. Não é a montanha mágica de Mann, não é a de todas as cores de Cézanne, mas foi a minha nos dias em que a espiei, ou ela me espiou, num mudo encantamento, como acontece num amor para sempre.
Licínia
8 comentários:
Espectacular a tua descrição! O melhor que o Faial tem é a vista para o Pico, dizem os picarotos :)
Tenho imensa pena de não conhecer esta ilha que todos dizem ser encantadora
Luisa
Pelo que tenho visto em fotografias, é um jogo de escondidas maravilhoso!
Realmente, quase "te vi" e vi o Pico, ao longe, nessa inconstante visão. Nem Mann nem Cézanne a conheceram, aposto que se apaixonariam.
Texto perfeito, Licínia!
Um texto muito bonito.
Gostei muito deste texto
Teresa
a saia, o chapéu, escondido, à vista. o pico é tudo.
os textos da Licinia e M. até parecem complementares
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