Há quem chame anjos às crianças, mas a mim parece-me que às vezes são uns diabretes a precisar de anjos da guarda que os protejam de aventuras arriscadas. E pelos vistos, como no caso desta fotografia que tirei ao passar numa rua de Coimbra já lá vão muitos anos, até foi necessário acrescentar uma pala extra de cariz mais terreno. À cautela, «Não vá o Diabo tecê-las», terão dito… O que me leva a pensar se tanto resguardo não cortou as asas da infância a este jovem que foi criança e o impediu de voar para lá daquela janela acanhada. Mas talvez esteja enganada. Sei lá se ele não está apenas atento a um horizonte vasto que lhe é familiar e que a minha fotografia não abarca. Porque, se repararmos bem, o anjo-criança e o jovem parecem olhar na mesma direcção com expressões curiosas semelhantes, reveladoras de que a essência comum a ambos se terá mantido ao longo da vida.
M
6 comentários:
Acho que tens razão, eles estão ambos a apreciar algo de muito interessante...tal como o teu texto!
Disse algures que a representação na fotografia me fez lembrar o Anjo da Guarda. As vezes que olhei, de repente, para trás a ver se o vislumbrava! E agora lembrei-me daquelas frase antigas "Amar não é olhar um para o outro mas ambos na mesma direcção".
Bettips: Lembraste-te então de Saint-Exupéry. Tenho cá em casa um quadrinho com essa frase dele.
Tão giro o pormenor! Parece que o anjo está mais "deslumbrado" que o rapaz que parece pensativo. Qual será a intenção destas figuras assim postas desta maneira? Grande olho M.
Muito interessante o texto e a fotografia. Também acho que é a representação do anjo da guarda do jovem.
Teresa
É com certeza o anjo da guarda do jovem
Luisa
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