Gosto de janelas, os seus vidros como presença entre distância e proximidade. Gosto destas gotas de água a deslizarem devagarinho, desmanchando o peso tornado insuportável de nuvens negras. Posso tocar-lhes através da superfície fria, um afago partilhado, quase pele com pele. Pelo contrário, não gosto de quedas de água irascíveis, ruidosas, atiradas do alto como setas afiadas contra o meu olhar em busca da proximidade possível na distância. Valem-me as cortinas. À semelhança das cortinas de palco de teatro abrindo-se e fechando-se sobre as cenas da peça mostrada ao público.
M
1 comentário:
Tão bonito M.
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