Pois só podias, Bettips.:), fazer de um triste par um invejável instante capturado. Parecem um casal de velhinhos na reforma, a despedirem-se a cada longo minuto, da vida. Acreditando em finais felizes, faço figas para que uma boa época de chuvadas revigore a arvorezinha, e o regresso do pescador leve o barquinho de vez em quando ao rio. Comovente.
De repente, lembrei-me: a tua foto diz-me do silêncio, e evocou-me o Manel da Fonseca"nove casas, duas ruas, no meio das ruas um largo, no meio do largo um poço de água fria". Só que aqui está um barco,parado...
O pescador não teve coragem para se despedir do barco e assim mantem-no perto de si e quem sabe se de vez enquanto não se sente nele à sombra da velhinha árvore.
Serpa, 2001. Segundo uma senhora nos disse, é de um pescador com saudade das suas pescarias. Este ano, ainda lá estava, o barco ... mais velho, estacionado no tempo. Uma sensação incrível, ter-me despedido dele com esta fotografia, há 7 anos, e tê-lo reencontrado agora. Claro que me apeteceu ir falar com o pescador... Ah mas o tempo, sem tempo, para as coisas que, na verdade, (re)ligam à vida... Um pastor em Terena, uma mulher a tecer em Monsaraz, uma queijaria artesanal com a sua brancura coalhada ...isso! Abçs
... e Justine - que vi depois - é como sendo o tempo da planície, do pasmo da vida dura e dos rios contidos, de Manuel da Fonseca! Todavia com um riso dele, da mordaz ironia das histórias que sabia contar. Assim, o barco em terra... Bj
13 comentários:
Só tu para conseguires esta inédita imagem de um barco tão longe da água, mas resultou numa óptima foto.
Estranha embarcação esta, que encalhou em solo tão firme...
Pois só podias, Bettips.:), fazer de um triste par um invejável instante capturado.
Parecem um casal de velhinhos na reforma, a despedirem-se a cada longo minuto, da vida. Acreditando em finais felizes, faço figas para que uma boa época de chuvadas revigore a arvorezinha, e o regresso do pescador leve o barquinho de vez em quando ao rio.
Comovente.
O barquinho despediu-se da água... As marés vivas estão aí?
Agrades
Encantador, inquietante, insólito, este olhar teu. Tudo parece ser despedida...
De repente, lembrei-me: a tua foto diz-me do silêncio, e evocou-me o Manel da Fonseca"nove casas, duas ruas, no meio das ruas um largo, no meio do largo um poço de água fria". Só que aqui está um barco,parado...
O pescador não teve coragem para se despedir do barco e assim mantem-no perto de si e quem sabe se de vez enquanto não se sente nele à sombra da velhinha árvore.
Agora que se despediu das lides pesqueiras, já só naveja num mar de saudades...
Um espanto esta fotografia!
Um barquinho ligeiro andava, ligeirinho andava no mar...
Quem sabe por que razão é que o barquinho decidiu mudar...
Serpa, 2001. Segundo uma senhora nos disse, é de um pescador com saudade das suas pescarias. Este ano, ainda lá estava, o barco ... mais velho, estacionado no tempo. Uma sensação incrível, ter-me despedido dele com esta fotografia, há 7 anos, e tê-lo reencontrado agora. Claro que me apeteceu ir falar com o pescador... Ah mas o tempo, sem tempo, para as coisas que, na verdade, (re)ligam à vida... Um pastor em Terena, uma mulher a tecer em Monsaraz, uma queijaria artesanal com a sua brancura coalhada ...isso!
Abçs
Luísa, que certa estavas! Bj
... e Justine - que vi depois - é como sendo o tempo da planície, do pasmo da vida dura e dos rios contidos, de Manuel da Fonseca!
Todavia com um riso dele, da mordaz ironia das histórias que sabia contar. Assim, o barco em terra...
Bj
... sendo eu um quase animista, palpita-me que os objectos desta photo há tempos terão assistido a "até jás!".
... hoje divertem-se a recordar bons e velhos tempos e anseiam o reencontro com os outros amigos que se passeiam no eter!
... olha! maluqueiras minhas!
Carlos AGM
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