quinta-feira, dezembro 10, 2009
A acrescentar à minha fotografia para "Tradição", e porque me pareceu interessante partilhar convosco esta minha experiência, aqui fica ela...
Passeando eu de carro pelas imediações de Vouzela durante as minhas últimas férias, encontrei por mero acaso na estrada principal uma placa que sinalizava Ventosa Artesanal, a poucos quilómetros de distância.
A minha curiosidade levou-me a desviar-me até lá. Descobri então uma oficina de artesanato instalada numa pequena povoação no alto de uma serra, em redor da igreja paroquial, onde fui amavelmente recebida por uma das três senhoras (*) que ali trabalham o linho segundo as técnicas tradicionais, desde a plantação ao apuramento final das peças. Pedi para tirar fotografias e, enquanto o fazia, ela foi-me explicando todos os passos deste trabalho magnífico em que, segundo ela me explicou com um sorriso no rosto, é mais o gosto de o fazer do que propriamente a compensação a nível de negócio. Ela e as suas companheiras de arte frequentaram um curso dado por uma senhora de idade (parece-me que de Braga) que ainda manuseia o linho segundo as técnicas antigas, e por um engenheiro agrónomo que ali se deslocou para melhor conhecimento do terreno e aproveitamento das águas dos riachos que correm por perto (porque eles têm uma função importante nesta arte), dedicando-se agora as três artistas a pôr em prática o que lhes foi ensinado e o que a criatividade oferece a cada uma delas.
(*) Maria de Lurdes Neves Pereira Constantino
M
P.S. As fotografias que tirei não serão das melhores, mas dão uma ideia, penso eu.
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7 comentários:
Mas que interessante tudo isto Manuela!
Um projecto fantástico. É preciso não deixar morrer esta belíssima tradição!
Está uma fotojornalista perfeita!
Beijinho
Foi precisamente aí que aprendi(!)que o linho era o caule da planta e não a flor, como o algodão. Ao que vejo, mantém-se o projecto, embora num local quase inacessível.
Um abraço
Bela reportagem, M. Pensas bem, dão uma rica ideia das "perseguições dos sonhos" neste exaurido país. E gostei muito do duende de espada a defender a cruz.
Manuela, que bela veia jornalística. E boas fotos de uma TRADIÇAO e outras por aí que, felizmente, há sempre alguém, que não deixa morrer. Abençoados.
E os cantinhos e riquezas q temos em locais recondidos. Assim é q é viajar, sempre à descoberta.
bjs
mj
Bela história viva de tradições tecidas com a persistência das mulheres. Muito boa reportagem.
Pouco terei a acrescentar ao que foi dito acima.
Há tradições que deverão ser mantidas mas que, dificilmente, o serão por muito mais tempo, pois o vil metal tem muita força e as autarquias não têem verbas que cubram tudo isso. Os particulares vão fazendo o que podem e para todos eles aqui expresso o meu agradecimento pessoal pela sua boa vontade e gosto nos trabalhos que nos mostra.
gostei muito da tua reportagem. motivos pessoais para a saber apreciar bem...
... aquelas paisagens merecem um poema! rss
beijo
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