A
lembrar-me um filme para crianças em que apenas aparecem dois
sapatos de duendes a correr pela floresta, numa pressa engraçada de
fazer rir quem os vê e não sabe para onde eles vão. Aqui, no
entanto, parece não serem sapatos de histórias de meninos nem haver
pressa. Ou então talvez ela tenha existido, acompanhada do cansaço
de desejar chegar onde não se chegou e assim se ficou pelo caminho,
o desânimo desmaiado sobre as pedras da calçada. Ou pior ainda,
porque preso ao chão esse desânimo, com espigão de ferro ao jeito
de armadilha de caça colocada em lugar onde é suposto correr a
vida.
M
4 comentários:
Começando com a referência a um filme que me lembro de ver para mostrá-lo ao meu filho(há 40 anos???),acabas por fazer um retrato real dos dias amargos que actualmente vivemos neste nosso país malbaratado. Afinal não há muita distância entre a imaginação e a realidade...
Tantas as hipóteses, ou os cenários... como dizem os melhor-falantes.
Ora aqui ficou um verdadeiro desafio para as palavras revelaram o que os olhos vêem!
Vagamente melancólico, discorres um texto que aflora o riso das corridas na floresta e logo lembra o metal com bicos, das tais armadilhas de caça. Para meninos e não só.
A ideia do filme é muito boa: mas, como o que nos é dado a ver é apenas parte de uma proposta ar-
tística (instalação) o jogo está viciado. Não o digo por mal, digo-o
porque falta aqui o elemento peda-
gógico e ético
Enviar um comentário