As cores desta imagem fotográfica correspondem, com alguma base de incerteza, às que resolvem uma composição pictórica. Uma composição que
se organiza em faixas não rígidas, entre tons verdes, azuis e avermelhados,
com uma leve incidência de laranja em dois pontos da do ritmo proposto. É
um caso paradigmático da elaboração plástica abstracta, que emergiu num
quadro de transformações estéticas durante o século XX, quer em termos
construtivistas, minimalistas ou gestuais, desligando-se do real visível e ligando-se à autonomia da forma livremente criada, manipulada, articulada a
outras como numa entidade própria.
A pintura assim apresentada poderia ter sido efectuada com um aspecto
muito semelhante a este, não através de pigmentos, mas segundo tiras de
papel ou pano em colagem, segundo cores idênticas ou parecidas, montagem instaladora semelhante a esta e muito desenvolvida até aos nossos
dias, na maior das diversidades bi e tridimensionais.
Rocha de Sousa
5 comentários:
Uma descrição objectiva, que nunca me ocorreria perante um quadro abstrato. Pintura, para mim, é essencialmente voo e subjectividade.
Dizes bem, Justine. Para mim é também o prazer de olhar e sentir.
Dizes bem, a cor pode ser evidenciada utilizando vários materiais como, brilhantemente, fazia o Matisse (longe de mim a comparação...)
Teresa Silva
Dissecando...
perco a vontade. Privilegio o olhar, a harmonia ou desordem que me provocam, e não a feitura.
Cada um olha e sente as cores conforme a sua sensibilidade.
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