... Um pedaço de mar abre-se ao longe, quieto e acinzentado, depois de um dia de verdadeira tormenta, horas e horas em que as ondas engoliram o areal e assaltaram a barreira terrosa. Barreira cada vez mais devastada por anos da mais violenta expressão das forças incontroláveis da Natureza. Mas ontem foi pior: toda a barreira sofreu brutais agressões por ondas imensas, a areia arrancada das suas âncoras distantes, na terra forte. O desastre arrastou para a ruína construções como esta casa, varanda, um sítio onde os pescadores se juntaram ao longo de muitos anos, meio convencidos da eternidade da paisagem e do mundo.
Rocha de Sousa
5 comentários:
É um aspecto do mar, de cada pedaço de mar, que também temos de tomar em consideração: a sua força destruidora. Mas tantas vezes tão ajudado pela incúria humana...
Um pedaço de mar pode tornar-se a imensidão de uma tormenta.
A força da Natureza, a insensatez dos homens, numa fotografia muito especial para o tema. Parabéns, Rocha, por me diversificares o pensamento "arromantizado"!
A Terra devia saber que o Mar não desiste de ocupar o seu lugar primitivo
Mesmo sem estar visível, é fácil perceber a sua fúria destruidora.
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