quinta-feira, março 27, 2014

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Na introdução do livro A História de Murasaki, Liza Dalby, a sua autora, escreve:

«Em japonês um conto, monogatari, significa história – contar coisas, literalmente. Pode haver num conto uma sólida trama factual mas, como género, é considerado ficção. O conto mais famoso de toda a literatura japonesa é a longa História de Genji (Genji Monogatari), escrito no século XI pela dama da corte, Murasaki Shikibu.
A autora dessa obra extraordinária é o tema de A História de Murasaki. A partir do fragmento histórico que é o diário reconstituí um livro de memórias imaginárias, como quem coloca os fragmentos originais num recipiente de barro moderno – fiz uma espécie de arqueologia literária. A forma dos fragmentos determina a estrutura do vaso, por isso o meu conto tem a forma de um diário poético, género literário muito praticado no tempo de Murasaki. E, embora o material de reconstituição seja novo, misturei-o com a sensibilidade, crenças e preocupações do século XI.
Os poemas são todos de Murasaki ou das pessoas que ela envolveu no diálogo poético. A poesia, na forma fixa intitulada waka (precursora do haiku), era o principal meio de comunicação entre os homens e as mulheres do círculo de Murasaki. Na colectânea dos seus poemas, os waka têm muitas vezes títulos breves, sinais que sugerem as circunstâncias em que foram escritos. Foi com esses sinais que eu construí a minha história.
Imaginei Murasaki no final da vida a escrever estas memórias, que foram encontradas depois da sua morte pela filha, Katako.»

1 comentário:

bettips disse...

Este livro delicioso e subtil e o "Quarteto de Alexandria", foram o sinal MAIS DIFERENTE das minhas leituras, faladas no PPP com estes amigos!
Ficarão como marcos desta minha aprendizagem aqui.
Obg