Após
alguns anos de os meus avós terem falecido, regressei à sua casa, a
fim de averiguar um possível valor para a vender.
A
casa era mais pequenina daquilo que me lembrava, e estava um pouco
velha, a precisar de obras de recuperação... isto não abonava a
uma venda com lucro.
Quando
cheguei às traseiras vi que a velha oliveira ainda lá estava, e de
repente veio tudo à memória... os anos despreocupados da minha
infância, quando, após cansados de tanta brincadeira, eu e os meus
primos nos sentávamos desordenadamente num banco corrido que aqui
havia, à sombra desta árvore, a rir que nem perdidos.
Ou
quando, ao fim de semana, os adultos iam buscar uma mesinha, e
debaixo da oliveira, passavam a tarde a jogar à sueca ou à malha,
com a cerveja, a batota e a risota a serem servidas em quantidades
proporcionais.
E
nos meses quentes de Verão, naqueles dias abafados, em que quase
custa a respirar, a sombra desta árvore era o que nos valia...
aquela sombrinha sabia tão bem...
Não
há nada que pague estes momentos, pensei eu. Os banqueiros que se
lixem! Fico com a casa!
Mac
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