sexta-feira, outubro 21, 2016

11. Rocha/Desenhamento

Dentro do real (se sabemos o que isso seja) os nossos meios de percepção, todos ou apenas uma parte deles, consoante a saúde da nossa raiz genética e o seu correcto desenvolvimento, mantêm-se, no estado de vigília, em constante funcionamento: olhamos e vemos e ajuizamos, por outros apoios do nosso universo neuronal, as imagens e os sons e os cheiros, ou vemos uma imagem que destacamos e aprofundamos, ou escutamos uma melodia cujas nuances vibratórias nos permitem fazer leituras da frequência do som, altos e baixos, porventura em relação com o espaço visível, os músicos, os emissores de máquinas que tratam a gravação do visível e do som — e assim por diante, numa graduação de mobilidade cognitiva de grande agilidade e integração relacionada de sentidos.
Se olharmos para a figura da fotografia, a nossa percepção não vai trabalhar em grande mobilidade de sentidos e elações perceptivas, porque a mensagem, mostrando um tema/assunto elementar (uma pequena escultura de menina, entre adições configurativas) pode recordar-nos várias experiências do artesanato moderno, integrando-o nos valores de sombra e luz, misturas mas ou menos fortes, com dois registos atrás, negro à direita, uma sombra densa à esquerda.

Rocha de Sousa

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