Dentro
do real (se sabemos o que isso seja) os nossos meios de percepção,
todos ou apenas uma parte deles, consoante a saúde da nossa raiz
genética e o seu correcto desenvolvimento, mantêm-se, no estado de
vigília, em constante funcionamento: olhamos e vemos e ajuizamos,
por outros apoios do nosso universo neuronal, as imagens e os sons e
os cheiros, ou vemos uma imagem que destacamos e aprofundamos, ou
escutamos uma melodia cujas nuances vibratórias nos permitem fazer
leituras da frequência do som, altos e baixos, porventura em relação
com o espaço visível, os músicos, os emissores de máquinas que
tratam a gravação do visível e do som — e assim por diante,
numa graduação de mobilidade cognitiva de grande agilidade e
integração relacionada de sentidos.
Se
olharmos para a figura da fotografia, a nossa percepção não vai
trabalhar em grande mobilidade de sentidos e elações perceptivas,
porque a mensagem, mostrando um tema/assunto elementar (uma pequena
escultura de menina, entre adições configurativas) pode
recordar-nos várias experiências do artesanato moderno,
integrando-o nos valores de sombra e luz, misturas mas ou menos
fortes, com dois registos atrás, negro à direita, uma sombra densa
à esquerda.
Rocha de Sousa
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