Muitas palavras estão de facto dentro de nós. Memória visual do que se leu, porventura do que se viveu em semelhança, apesar das diferenças. Esta fotografia de Justine tem vários méritos: foi tratada de maneira invulgar, com pouco contraste, com aparentes falhas nas configurações. O que parece aproxima-se mais de um desenho a carvão, eventualmente feito a partir da fotografia, do que uma fotografia de ramos e folhas sobre uma lagoa, água sem limites à vista ou tudo isso reflectido na própria superfície da forma líquida. E o que se escreve do que se observa também representa o visível, com o trabalho dos adjectivos nas relações semânticas, abrindo à imagem as coisas paradas ou em movimento.
Rocha de Sousa
3 comentários:
É isso, tentar desenhar com a luz
É uma fotografia intrigante, sem dúvida!
Com a lupa de R/D, tudo é possível!
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