Proposta
de Jawaa
Dia
30
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o poema
TESTAMENTO
À
prostituta mais nova
Do
bairro mais velho e escuro
Deixo
os meus brincos, lavrados
Em
cristal, límpido e puro...
E
àquela virgem esquecida
Rapariga
sem ternura
Sonhando
algures uma lenda
Deixo
o meu vestido branco
O
meu vestido de noiva
Todo
tecido de renda.
Este
meu rosário antigo
Ofereço-o
àquele amigo
Que
não acredita em Deus...
E
os livros, rosários meus
Das
contas de outro sofrer
São
para os homens humildes
Que
nunca souberam ler.
Quanto
aos meus poemas loucos,
Esses,
que são de dor
Sincera
e desordenada
Esses,
que são de esperança
Desesperada
mas firme,
Deixo-os
a ti, meu amor...
Para
que, na paz da hora
Em
que a minha alma venha
Beijar
de longe os teus olhos,
Vás
por essa noite fora
Com
passos feitos de lua
Oferecê-los
às crianças
Que
encontrares em cada rua...
Alda
Lara
3 comentários:
Conheci este poema na voz magnífica da Elsa Noronha.
Gosto de o ver aqui.
Beijinho, Jawaa.
Belíssimo!
Conheci a Elsa - e o irmão, o Sérgio -, e lembro-me dela/es com amizade.
Obrigado pela esolha e referências
Obrigada a todos pela magnífica participação.
Perdoem a minha ausência, mas ando a lutar por vida e sei que vou perder a parada. Talvez como a mãe que sabe ir parir um filho que sabe morto - ou nem tanto. Devo estar a ser egoista, mas dói.
Um abraço
Jawaa
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