Engraçado como a ânsia de lazer leva tantos a apinharem-se em lugar público, cada um consigo próprio, alguns embrenhados em tarefas e suponho que em mensagens de telemóveis, como se estivessem sozinhos nas suas casas. Interessante ver em pormenor esta fotografia: grupos definidos, embora como sardinhas em lata, contentes com o seu espaço reduzido marcado pelas fronteiras do desconhecido e pelas conversas, se as houver, anónimas. Conversas essas que muitas vezes são referidas em outras conversas, essas mais íntimas, como, por exemplo: "Ontem, quando estava numa esplanada, ouvi..." e que servem de reflexão e informação que corre depois por aí, venha ela, a propósito ou não, da ânsia de comunicação ou da curiosidade própria ou alheia.
Após o que é dito e caracterizado, fico muda. Aprecio esplanadas mas com menos gente e conversas à volta para ouvir. E, sempre, com paisagem, rio, mar, jardim... Mas, se calhar, já todos nós estivemos assim, em tertúlia pessoal com os amigos. Sem telemóveis.
Creio ser uma característica deste tempo que nos coube viver: estarmos em lugares públicos, com amigos ou sozinhos, e não falarmos uns com os outros, não sairmos do nosso "canto" Tanta facilidade em comunicar, e tanta solidão...
4 comentários:
Engraçado como a ânsia de lazer leva tantos a apinharem-se em lugar público, cada um consigo próprio, alguns embrenhados em tarefas e suponho que em mensagens de telemóveis, como se estivessem sozinhos nas suas casas. Interessante ver em pormenor esta fotografia: grupos definidos, embora como sardinhas em lata, contentes com o seu espaço reduzido marcado pelas fronteiras do desconhecido e pelas conversas, se as houver, anónimas. Conversas essas que muitas vezes são referidas em outras conversas, essas mais íntimas, como, por exemplo: "Ontem, quando estava numa esplanada, ouvi..." e que servem de reflexão e informação que corre depois por aí, venha ela, a propósito ou não, da ânsia de comunicação ou da curiosidade própria ou alheia.
Que bem caracterizaste, M., a foto que tirei porque pensei isso mesmo: apinhados na exiguidade de um passeio, mas distantes, cada um em seu entretém.
Após o que é dito e caracterizado, fico muda. Aprecio esplanadas mas com menos gente e conversas à volta para ouvir. E, sempre, com paisagem, rio, mar, jardim...
Mas, se calhar, já todos nós estivemos assim, em tertúlia pessoal com os amigos. Sem telemóveis.
Creio ser uma característica deste tempo que nos coube viver: estarmos em lugares públicos, com amigos ou sozinhos, e não falarmos uns com os outros, não sairmos do nosso "canto"
Tanta facilidade em comunicar, e tanta solidão...
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