O
POEMA
Que te
posso dizer daqui da beira-mar
se não
anunciar que o poema nasceu?
Uma
batida incerta a querer romper o peito,
uma
breve tontura, uma agonia quase.
O mar
vizinho, sempre inconformado,
apertado
entre os céus e os fundos abissais.
O
cheiro intenso a peixe, a náusea do que fomos,
a
seduzir os braços do poema.
Ele aí
vai, a roçagar escamas de luz,
febril,
bamboleante, ébrio de sons,
ensaiando
o nome do silêncio,
na
estrada atapetada de algas e de búzios.
Em
eterna vigília ficará, te digo,
o
poema nascido à beira-mar.
Este
poema nasceu em 2002, exactamente no local que a foto da Luísa
ilustra. Por isso…
Licínia
1 comentário:
Um lindo poema de alguém que, como eu, adora o mar (Luisa)
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