a Bettips enviou-me estas duas fotografias que achei interessante partilhar convosco.
sexta-feira, abril 27, 2018
quinta-feira, abril 26, 2018
AGENDA PARA MAIO DE 2018
Leonardo - Vergine delle rocce
Parigi, Museo del Louvre
Proposta
de Mónica
Dia
3 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “
Da” para
formar as nossas palavras.
A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e
exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre
ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a
mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a
sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas
facultativo e um complemento.
Dia
10 - Reticências
com
a frase “Vou
começar”
a
iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
17
- Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia de Mónica.
Dia
24 – Jornal
de Parede
Dia
31
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o poema
O
futuro
Aos
domingos, iremos ao jardim.
Entediados,
em grupos familiares,
Aos
pares,
Dando-nos
ares
De
pessoas invulgares,
Aos
domingos iremos ao jardim.
Diremos,
nos encontros casuais
Com
outros clãs iguais,
Banalidades
rituais,
Fundamentais.
Autómatos
afins,
Misto
de serafins
Sociais
E
de standardizados mandarins,
Teremos
preconceitos e pruridos,
Produtos
recebidos
Na
herança
De
certos caracteres adquiridos.
Falaremos
do tempo,
Do
que foi, do que já houve...
E
sendo já então
Por
tradição
E
formação
Antiburgueses
-
Solidamente antiburgueses -,
Inquietos
falaremos
Da
tormenta que passa
E
seus desvarios.
Seremos
aos domingos, no jardim,
Reaccionários.
Reinaldo
Ferreira (1922-1959), in “Um Voo Cego a Nada”
O DESAFIO DE HOJE
Proposta
de Teresa Silva
Dia
26
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o soneto
No
mundo, poucos anos e cansados
vivi, cheios de vil miséria dura;
foi-me tão cedo a luz do dia escura
que não vi cinco lustros acabados.
vivi, cheios de vil miséria dura;
foi-me tão cedo a luz do dia escura
que não vi cinco lustros acabados.
Corri terras e mares apartados,
buscando à vida algum remédio ou cura;
mas aquilo que, enfim, não quer ventura,
não o alcançam trabalhos arriscados.
mas aquilo que, enfim, não quer ventura,
não o alcançam trabalhos arriscados.
Criou-me Portugal
na verde e cara
pátria minha Alenquer; mas ar corrupto,
que neste meu terreno vaso tinha,
pátria minha Alenquer; mas ar corrupto,
que neste meu terreno vaso tinha,
me fez manjar de
peixes em ti, bruto
mar, que bates na Abássia fera e avara,
tão longe da ditosa pátria minha!
mar, que bates na Abássia fera e avara,
tão longe da ditosa pátria minha!
Obras
completas de Luís de Camões,
Lello & Irmão - Editores, Porto, 1970
10. Teresa Silva
9. Rocha/Desenhamento
Ler as palavras dos outros e criar imagens a partir de frases em rede poética, onde a imagem pode esfumar-se, tornar-se documento, tentar ser paralela ao texto, essa é uma tarefa complexa, tanto mais que entretanto nos fala Camões e nos arrasta pelas viagens e coisas vistas e sentidas. Optámos por um dos nossos maiores símbolos e que faz parte intrínseca deste soneto do poeta.
Rocha de Sousa
quinta-feira, abril 19, 2018
AGENDA PARA ABRIL DE 2018
Proposta
de Teresa Silva
Dia
26
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o soneto
No
mundo, poucos anos e cansados
vivi, cheios de vil miséria dura;
foi-me tão cedo a luz do dia escura
que não vi cinco lustros acabados.
vivi, cheios de vil miséria dura;
foi-me tão cedo a luz do dia escura
que não vi cinco lustros acabados.
Corri terras e
mares apartados,
buscando à vida algum remédio ou cura;
mas aquilo que, enfim, não quer ventura,
não o alcançam trabalhos arriscados.
buscando à vida algum remédio ou cura;
mas aquilo que, enfim, não quer ventura,
não o alcançam trabalhos arriscados.
Criou-me Portugal
na verde e cara
pátria minha Alenquer; mas ar corrupto,
que neste meu terreno vaso tinha,
pátria minha Alenquer; mas ar corrupto,
que neste meu terreno vaso tinha,
me fez manjar de
peixes em ti, bruto
mar, que bates na Abássia fera e avara,
tão longe da ditosa pátria minha!
mar, que bates na Abássia fera e avara,
tão longe da ditosa pátria minha!
Obras
completas de Luís de Camões, Lello & Irmão - Editores, Porto,
1970
10. Teresa Silva
Gosto
imenso do espectáculo de fogo de artifício. Este foi realizado
sobre a Pateira de Fermentelos.
Teresa
Silva
9. Rocha/Desenhamento
Olhamos em volta com os olhos cheios de imagens. Tudo o que passa por nós, em mobilidade visual, passa também por escolhas feitas pelo nosso sistema neurológico, consoante as memórias e novas apresentações: escolhemos o todo, partes mais sugestivas, tudo se vai guardando nas especiais estruturas do nosso cérebro. É neste sentido que podemos falar sobre o já visto ou o que estamos a ver. A fotografia que Teresa Silva nos propôs reproduz um objecto explosivo, brilhante, que se envolve de fumos luminosos ou iluminados e se abre em leque, para o ar, através de projecteis incandescentes. Julgo tratar-se de um momento de alguma sessão pirotécnica, em plena noite (o espaço em volta aparece azul escuro) e assim convocando o nosso olhar enquanto dura, derramando na nossa memória visual mais um efeito que juntamos a outros, lembrados de aqui e de além. Assim se tenta festejar uma data, um acontecimento, um ponto remoto da história.
Rocha de Sousa
8. Mónica
Gosto
do fogo de artifício, gosto do convite vamos ver o fogo?, das luzes,
das cores, dos desenhos no ar, do barulho, ai, pum pum fssss pum pum,
da festa na rua com desconhecidos, levo a máquina fotográfica,
gosto da sofisticada mistura do fogo de artificio com musica, da
alegria que nos contagia e une, estamos juntos felizes de pescoço
levantado a boca aberta e o olhar no céu, devíamos olhar mais vezes
para o céu, é uma tentação fotografar, fotografo ou vejo?, agora
aquele, tarde demais já vi e não fotografei, olha outro, pronto já
me distraí, perdi a sequência, espero que gostem da fotografia e
que sintam a minha felicidade no momento. Foi assim Teresa?
Mónica
7. Mena M.
Uma
supernova foi o que me surgiu no pensamento no primeiro olhar sobre a
fotografia da Teresa. Só mesmo uma estrela para
sair de cena de forma tão espectacular, tornando-se, por uns dias,
tão brilhante como uma galáxia!
Mena
6. M.
Fogo
de artifício, o desafio de colorir a noite com arte. E a propósito
de arte, pensei que esta imagem poderia inspirar estilista famoso em
processo de criação. Esboços, traços, vigorosos uns, mais
discretos outros, imaginado o tecido, os pormenores. Talvez preto
macio, o estampado com matizes a realçarem o desenho. Recomenda-se
uma amostra que permite dar ideia do conjunto, é prática habitual
no atelier. Resultou exactamente como previsto, as cores fiéis às
originais, vivas, luminosas, em movimento. Encomende-se então os
metros necessários para confeccionar um vestido. Peça única e
assinada, exigência da cliente. Perante a obra acabada e
experimentada, surgem perguntas e observações. Gosta? Realça-lhe a
silhueta. Ela olha-se no espelho grande pendurado na parede: o brilho do seu
sorriso é um adereço da toilette. Um verdadeiro fogo de artifício
em noite de celebração.
M
4. Licínia
O
fascínio dos artefactos de fogo, os das festas e romarias, que
estralejam e nos abrem os olhos de espanto como pela primeira vez,
quando crianças. É a procissão que vai sair, é a procissão que
vai entrar, é o ano que aí vem, é a alegria, é a alegria, pum!
pum! Viva o foguetório, é aproveitar a festa que o dia de amanhã
ninguém o sabe. ESTRALÉU! ESTRALÉU! ZZZZZ! ZZZZ! PUUUUMMMM!
Licínia
3. Justine
Uma
grande festa, certamente, pois apenas as grandes festas são
abrilhantadas com fogo de artifício. Ou uma passagem de ano, que se
convencionou festejar como se fosse a única maneira possível de se
preparar o ano a nascer. O que quer que seja, é o ponto alto de uma
celebração e a fotografia da T. ilustra muito bem esse momento. E a
observadora, inevitavelmente, relembra os terrores infantis que
sofria em momentos como este…
Justine
2. Bettips
"Fogo
na Noite Escura" foram as palavras que me ocorreram. Fernando
Namora, 1ª edição em 1942. Lembro-me vagamente da história, da
vida académica em Coimbra e do conceito do livro, de tantos livros
deste autor, tão actual através das décadas: iluminando os
"fazedores da noite".
Bettips
1. Agrades
Sobre
a foto de hoje, vem-me à cabeça os Adiafa, que dizem:
«Estala a bomba e o foguete vai no ar
arrebenta e fica todo queimado…»
«Estala a bomba e o foguete vai no ar
arrebenta e fica todo queimado…»
Agrades
quinta-feira, abril 12, 2018
O DESAFIO DE HOJE
Proposta
de Teresa Silva
Dia
12 - Reticências
com
a frase “Alta
ia a noite”
a
iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
9. Teresa Silva
8. Mónica
Alta ia a noite e os pensamentos não me largavam, fixei o luar pelas frinchas do estore, à procura de algo que me distraísse, olhei para o teto a segurar o candeeiro, percorri lentamente os armários um a um descombinados, o espelho inútil atrás da porta, nada, alta ia a noite e sem dormir, ahhh as paredes, amigas da onça, dão guarida a criaturas grotescas, são elas que me atormentam o sono!
Mónica
7. Mena M.
6. M.
Alta ia a noite. Aproximei-me da janela. Na rua, um silêncio de breu escondia estrelas e brilhos. Ao longe, nuvens pesadas ameaçavam desabar sobre presenças fugidias em busca de refúgio nas casas à beira dos passeios. Fechei a persiana, corri as cortinas. Virei-me para dentro. Acendi a luz do candeeiro da sala e recostei-me nos meus pensamentos.
M
4. Licínia
Alta ia a noite, raros os carros a descerem a rua, recolhidas as pessoas em suas casas, talvez a darem uma última arrumação na cozinha, talvez a procurarem o sono num programa tardio da televisão. Havia a calma de uma noite morna de Verão. Saí a porta, atravessei a rua, levava comigo a máquina de fotografar. Os candeeiros, fogachos de luz, a espaços, rua acima, a pontuarem a noite, foram eles que guardei na máquina, que guardei na memória. Há sempre uma qualquer imagem que guardamos duma noite que vai alta, tranquila, morna, iluminada, como esta.
Licínia
(A história da foto é esta, tal e qual.)
3. Justine
Alta ia a noite quando terminou o fogo de artifício. A criança, cansada, seguia agarrada à mão do pai, a chorar e ainda assustada. Era assim todos os anos, pela festa da cidade. Quantos anos mais teria ainda de padecer, até se acostumar aos trovões violentos dos foguetes, às faúlhas aterradoras do fogo a caírem-lhe em cima? Teve de esperar quase uma vida inteira.
Hoje, a velha senhora já consegue apreciar uma noite iluminada por um colorido fogo de artifício sem se encolher com medo. Mas não esquece os seus terrores infantis.
Hoje, a velha senhora já consegue apreciar uma noite iluminada por um colorido fogo de artifício sem se encolher com medo. Mas não esquece os seus terrores infantis.
Justine
2. Bettips
Alta ia a noite e mais alta ficou porque se resolveu ir seguindo o eclipse total da Lua, desde a 1h até às 3h da madrugada. E que belo espectáculo, num lugar tranquilo, de largos horizontes e com pouca luz artificial. Vinham-nos à memória as figuras ingénuas dos livros de liceu, de como percebemos a posição dos astros e "o cone de sombra" que, afinal, era projectado por nós todos, com mares e terras, defeitos e virtudes: a Terra.
Bettips
sábado, abril 07, 2018
A TAL PINTURA QUE A MÓNICA FEZ
quinta-feira, abril 05, 2018
AGENDA PARA ABRIL DE 2018
Proposta
de Teresa Silva
Dia
12 - Reticências
com
a frase “Alta
ia a noite”
a
iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
O DESAFIO DE HOJE
Proposta
de Teresa Silva
Dia
5 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Li” para
formar as nossas palavras.
A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e
exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre
ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a
mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a
sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas
facultativo e um complemento.
8. Mónica
Livros
Para quem não sabe ou não se recorda, a Mónica era visitante assídua dos antigos blogues Diafragma e Fotoescrita, há anos fechados, foi participante durante algum tempo nos desafios do Palavra Puxa Palavra desde que eles nasceram em 2007, e agora visita esporádica do Reflexões Caseiras, para além de já nos termos encontrado ao vivo uma ou outra vez. É bom tê-la de volta no PPP.
M
3. Justine
Liberdade
Numa
aldeia chamada Raposa, antes de chegar a Coruche, há uma pequena
ponte em ferro de que as cegonhas fizeram um condomínio
aberto:
vários ninhos ocupados por casais e respectivos filhotes enfeitam as
traves superiores da ponte, dando-lhe uma vida inusitada, muito bela
e em Liberdade!
Justine
Subscrever:
Mensagens (Atom)