Olhamos em volta com os olhos cheios de imagens. Tudo o que passa por nós, em mobilidade visual, passa também por escolhas feitas pelo nosso sistema neurológico, consoante as memórias e novas apresentações: escolhemos o todo, partes mais sugestivas, tudo se vai guardando nas especiais estruturas do nosso cérebro. É neste sentido que podemos falar sobre o já visto ou o que estamos a ver. A fotografia que Teresa Silva nos propôs reproduz um objecto explosivo, brilhante, que se envolve de fumos luminosos ou iluminados e se abre em leque, para o ar, através de projecteis incandescentes. Julgo tratar-se de um momento de alguma sessão pirotécnica, em plena noite (o espaço em volta aparece azul escuro) e assim convocando o nosso olhar enquanto dura, derramando na nossa memória visual mais um efeito que juntamos a outros, lembrados de aqui e de além. Assim se tenta festejar uma data, um acontecimento, um ponto remoto da história.
Rocha de Sousa
1 comentário:
tem piada, nunca pensei q o fogo de artificio pudesse ser de dia
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