quinta-feira, abril 19, 2018

9. Rocha/Desenhamento



Olhamos em volta com os olhos cheios de imagens. Tudo o que passa por nós, em mobilidade visual, passa também por escolhas feitas pelo nosso  sistema  neurológico, consoante  as  memórias e novas apresentações: escolhemos o  todo, partes mais sugestivas, tudo se vai guardando nas  especiais  estruturas  do  nosso  cérebro.  É  neste  sentido  que  podemos falar sobre o já visto ou o que estamos a ver. A fotografia que Teresa Silva nos propôs reproduz um objecto explosivo, brilhante, que se envolve de fumos luminosos ou iluminados e  se abre em leque, para o ar, através de projecteis incandescentes. Julgo tratar-se de um momento de alguma sessão pirotécnica, em plena noite (o espaço  em volta  aparece azul escuro) e assim convocando o nosso olhar enquanto dura, derramando na nossa memória visual mais um efeito que juntamos a outros, lembrados de aqui e de além. Assim se tenta festejar uma data, um acontecimento, um ponto remoto da história. 
Rocha de Sousa     

1 comentário:

Mónica disse...

tem piada, nunca pensei q o fogo de artificio pudesse ser de dia