quinta-feira, setembro 27, 2018

AGENDA PARA OUTUBRO DE 2018



 
Dia 18 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Bettips.

AGENDA PARA OUTUBRO DE 2018

Proposta de Bettips
Dia 4 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba “Ri” para formar as nossas palavras. Não haverá textos complementares. O foco tem de estar todo, e apenas, na ligação entre a palavra que escolhermos para a sílaba proposta e a fotografia que a expressará, quer se trate de um objecto ou de um conceito.
Dia 11 - Reticências com a frase “Estava guardada a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia 18 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Bettips.
Dia 25Fotografando as palavras de outros sobre o excerto
"A Flor da Rosa, por isto e pelo seu peculiar envolvimento urbano, por uma certa atmosfera quieta e ausente, parece oferecida na ponta de uns dedos frágeis: rosa brava, flor que apesar do tempo não pode murchar: quem a viu não a esquece. É como uma figura que passa, a quem fizemos um gesto ou murmurámos uma palavra, que não nos viu nem ouviu, e por isso mesmo fica na recordação como um sonho."
José Saramago, in "Viagem a Portugal", edição Círculo de Leitores, 1981, pág. 193

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Agrades
Dia 27Fotografando as palavras de outros sobre o excerto 
UM QUALQUER DE NÓS
Com excepção dos nomes e das cores, que se haviam delido no tempo, seriam apenas os barcos – os mesmos desse dia feliz em que papá decidira levá-la a vê-los de perto pela primeira vez. Porque lá estavam ainda, emborcados por cima do convés, os mesmos escaleres cobertos pelas lonas. Estavam as torres, as vigias redondas como olhos de peixe e as mesmas bóias ressequidas, presas dos ganchos. Quando largaram da doca – e o focinho cortante das proas rasgou o pano azul das águas atlânticas, rumo a Lisboa – havia também a mesma chuva ácida do princípio da noite. Além disso, dera-se a chegada das mesmíssimas vacas ao cais de embarque, sendo elas destinadas aos matadouros continentais. E o pranto da muita gente que ali ficou a agitar lencinhos de adeus fora-se logo convertendo num uivo, o qual acabou por confundir-se com o rumor do vento a alto mar. 
João de Melo, in Gente Feliz com Lágrimas, Capítulo primeiro, Leya, 2010

12. Zambujal

11. Teresa Silva

10. Rocha/Desenhamento


Um qualquer de nós, entre outros que partiram, a última barca sobrando nas areias dos últimos naufrágios. 
Rocha de Sousa

9. Mónica



“(...) seriam apenas os barcos”

8. Mena M.



“Além disso, dera-se a chegada das mesmíssimas vacas ao cais de embarque...”

7. M.


6. Luisa

5. Justine



 “Além disso, dera-se a chegada das mesmíssimas vacas ao cais de embarque…”

4. Jawaa

3. Isabel



"… seriam apenas os barcos..."

2. Bettips



 "(…) seriam apenas os barcos - os mesmos desse dia feliz em que papá decidira levá-la a vê-los de perto pela primeira vez. (...) as mesmas bóias ressequidas, presas dos ganchos."

1. Agrades



“(...) seriam apenas os barcos - os mesmos desse dia feliz em que papá decidira levá-la a vê-los de perto pela primeira vez. “

quinta-feira, setembro 20, 2018

AGENDA PARA SETEMBRO DE 2018

Proposta de Agrades
Dia 27Fotografando as palavras de outros sobre o excerto 
                        UM QUALQUER DE NÓS 
Com excepção dos nomes e das cores, que se haviam delido no tempo, seriam apenas os barcos – os mesmos desse dia feliz em que papá decidira levá-la a vê-los de perto pela primeira vez. Porque lá estavam ainda, emborcados por cima do convés, os mesmos escaleres cobertos pelas lonas. Estavam as torres, as vigias redondas como olhos de peixe e as mesmas bóias ressequidas, presas dos ganchos. Quando largaram da doca – e o focinho cortante das proas rasgou o pano azul das águas atlânticas, rumo a Lisboa – havia também a mesma chuva ácida do princípio da noite. Além disso, dera-se a chegada das mesmíssimas vacas ao cais de embarque, sendo elas destinadas aos matadouros continentais. E o pranto da muita gente que ali ficou a agitar lencinhos de adeus fora-se logo convertendo num uivo, o qual acabou por confundir-se com o rumor do vento a alto mar. 
João de Melo, in Gente Feliz com Lágrimas, Capítulo primeiro, Leya, 2010

O DESAFIO DE HOJE (É BOM VER ESTE PAINEL TÃO COMPOSTINHO)



Dia 20 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Agrades.

14. Zé Viajante

Se eu fosse pequenino, descia aquele caminho. Uma mão, na mão de minha mãe. Outra mão, bem no alto, no corrimão protector. E na praia, tirado o bibe de riscas, lá ficava a brincar, pá e baldinho, na areia molhada. Se eu fosse pequenino...
Zé Viajante

13. Zambujal

O olhar desce, lentamente, a rampa-escada.
Já foi (o) tempo em que se atirava, de losango em losango, a antecipar o mergulho nas águas de agosto.
Agora, bem… agora, a mão desce pelo corrimão e o olhar conta as pedrinhas da calçada. Degrau a degrau. 

Zambujal

12. Teresa Silva

Que bela fotografia, muito bem enquadrada. Fez-me lembrar S. Pedro de Moel. Onde foi tirada?
Teresa Silva

11. Rocha/Desenhamento

Esta imagem parece surgir de uma viagem solitária, do nosso próprio imaginário, construída através de um caminho com figuras geométricas e apontado ao fundo da sua própria perspectiva, ponto onde o piso curva para a esquerda e parece convidar-nos a experimentar aquela praia vazia, a falésia mais longe, os nossos passos ainda levados por esse convite, um muro branco a amparar-nos do lado direito. O que nos espera no vazio do lugar, longe, entre distâncias?

Rocha de Sousa

10. Mónica

A fotografia deixou-me sem palavras, de tão bonita, nada a apontar na composição, no caminho, no destino, nos materiais, no branco do muro, nos desenhos do chão, no “silêncio” de pessoas, mas tenho que dizer qualquer coisa, procuro os defeitos, não tem, mesmo achando que talvez o mar esteja pouco convidativo, se calhar a água está fria, aparentemente era um dia de céu enevoado, pelo andar do corrimão o muro parece que não o acompanha, mas não, a fotografia é mesmo bonita, parece um desfile de uma noiva, imagino uma noiva a arrastar o vestido de cauda escada abaixo, e ao pé disto as palavras não valem nada. 
Mónica

9. Mena M.

Quem precisa de santos a ajudar, quando se nos depara uma escadaria destas, tão bonita, tão bem bordada à portuguesa? Pode descer-se devagar e com calma ou numa correria desenfreada quando as saudades do mar são comparáveis à sua imensidão.
Mena

8. M.

Para baixo todos os santos ajudam, diz o provérbio, mas neste caso dispensamos a sua companhia, santificados ficamos nós, os prevaricadores, por espraiar o olhar na beleza à beira-mar. E nem sequer se trata de uma descida aos infernos. O inferno deve ser subir a escadaria na hora do calor, pelo que o aconselhável será borrifarmos a cabeça com ideias frescas e, por exemplo, imaginar os losangos de pedras pretas no chão transformados em peças de um jogo ao ar livre. Regra: proibido pisar as pedras claras. Estão a ver? Eu estou, e tenho vertigens só de recordar esse desafio de meninos em equilíbrio. E o corrimão, tão bonito. Adoro estes seres, sejam eles mais ou menos discretos, mais ou menos estéticos, mais ou menos roliços, mais ou menos macios. É o mesmo que alguém dar-nos a mão num momento difícil.
M

7. Luisa

O caminho para a felicidade.
Luisa

6. Licínia

A escadaria de pedra veio adoçar a descida para a praia que dantes se fazia pé aqui pé acolá em degraus na falésia escavados pelos próprios passos. As praias têm vindo a ser domesticadas, decoradas. Só o mar não se adoça, não se amansa quando o homem quer. E aqui ele é forte, altivo, como gosto.
Licínia

5. Justine

Uma escada-tapete, ponto de fuga para a praia-convite; muros-amparo, de curvas suaves e quentes. Ao fundo, o mar livre, numa oferta de frescura. Equilíbrio e harmonia no olhar que suscitou estas palavras.
Justine

4. Jawaa

Um caminho apelativo para alcançar o pedaço de paraíso para os que sentem as águas como o prolongamento, como parte de si próprios.
Jawaa

3. Isabel

Caminho até ao mar
Onde sei que pertenço
Entro na água sem medo
Porque o mar é o meu lar
Mergulho nas ondas
Qual sereia
No seu ambiente...

SOCORRO!
SOCORRO!
NÃO SEI NADAR!

ACORDO!...

UFA!! QUE SUSTO!!

Isabel

2. Bettips

Não sei o que é mais belo e apetecível, se ir à baía azul e convidativa, se ficar a olhar o ritmo das ondas apenas ao som do coração, se descer a escadaria suave para pernas cansadas. Ao olhar o empedrado tão bonito num ponto de fuga admirável, deixo-me ir, devagar e divagando, pelo caminho sugerido. Agradecendo a paz e a calma que transmite.
Bettips

1. Agrades

Passo e repasso mil vezes por este local e, mesmo assim, não deixo de me extasiar com a sua beleza. 
Agrades

quinta-feira, setembro 13, 2018

AGENDA PARA SETEMBRO DE 2018



Dia 20 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Agrades.

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Agrades
Dia 13 - Reticências com a frase “Sem pensar duas vezes a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.

12. Zé Viajante



Sem pensar duas vezes, o esquilo galgou o muro e foi acertar o relógio. 
Zé Viajante

11. Zambujal



Sem pensar duas vezes… atirei-me de cabeça à vida. 
Dei algumas cabeçadas, deram-me valentes pancadas. 
Valeu a pena! 
E se tivesse pensado duas vezes? 
Teria sabido o que é a vida… ou estaria a pensar pela terceira (ou pela enésima) vez? 

Zambujal

10. Rocha/Desenhamento



Sem pensar duas vezes, travei bruscamente o carro e senti o batimento das coisas do mundo em toda a carcaça que me rodeava, ouvindo o grito do meu filho, ao qual me atirei, ao lado, corpo ou já alma, sentindo, no rumor apocalíptico, como os nossos rostos se uniam numa só aparência, projectando-se no espaço da noite. 
Rocha de Sousa

9. Mónica



Sem pensar duas vezes aceitei o convite para ir à conferência sobre “índios do brasil”, pensei eu que era este o tema, um desafio deixado no fb por um amigo virtual brasileiro, fui assim sem saber bem ao que ía, conhecia a galeria, era sábado e estava deprimida depois de ver o filme “mamma mia 2”, provavelmente o pior filme de sempre com bons atores, lá fui, sem pensar duas vezes, tinha que dar outro rumo ao dia, cheguei à hora, a conferência começou atrasada, esperou-se por quórum, em vão, mil e um problemas com a parafernália de apresentação, computador, projetor, que coisa tão improvisada, enfim, começou, o tema foi pedir a cinco artistas índios que comentassem o facto de haver duas múmias de crianças índias há cento e tal anos num museu em Lisboa, bom, foi surpreendente, eu não sabia de tais múmias e a resposta dos cinco artistas índios foi variada mas todos eles indignados porque as almas das crianças índias múmias andam a vaguear, e se fossem os teus filhos em múmias num museu em Marte? 
Mónica

8. M.



Sem pensar duas vezes, correram para a pedra. Pelo menos assim me pareceu. Eu ia atrás deles, em passeio de domingo, e fui ouvindo a conversa, uma palavra aqui, outra ali, mas sem prestar grande atenção. Caminhavam em passo lento, a opinar sobre uma qualquer pedra fracturada. À distância afigurava-se-lhes suficientemente larga para se acomodarem os três. Aposto que cabemos. Pois eu aposto que não. Então dois de cada vez. Dessa estás tu livre, ninguém é deixado de fora, não foi isso o combinado. Ou há coesão ou nada feito. Na última parte do trajecto calaram-se. Mas nem eu nem os pássaros que por ali esvoaçavam, ou as lagartixas fugidias rasteirinhas aos nossos pés, fazíamos ideia que decisão final teria sido tomada. E talvez nem eles. Quem cala consente mas não sempre, portanto o melhor é evitar entrar no silêncio de cada um, por causa das más interpretações. De repente largaram numa correria na direcção da pedra e o resultado está à vista. Não entendo que bicho lhes mordeu, iam tão devagar... Apanharam-me de surpresa, confesso. Mas depressa arranjaram explicação para o aperto em que se meteram. O artesão que nos moldou imaginou-nos assim, não podemos desiludi-lo. Não achas?, perguntavam uns aos outros. Bem encostados até se relaxa um pouco, argumentava um deles. Ora, balelas! A ergonomia funciona apenas contigo, só tu tens sofá esculpido à tua medida. Gente estranha... Deixei-os lá com aquela conversa maluca. Há cada um! 
Limitei-me a dizer Pois... ao meu interlocutor do momento, palavra que utilizo em impasses de conversas. 
M

7. Luisa



Sem pensar duas vezes atirei-me à frescura do mar.
Luisa

6. Licínia



SEM PENSAR DUAS VEZES, pus-me a caminho de Chaves, para participar no 3º. Encontro Luso Galaico de Escritores. Desse Encontro já nasceu um conto que fará parte da colectânea KM 0, juntamente com os contos dos restantes quinze participantes. Foi um desafio que resultou bem. O encontro tem o nome de PONTE ESCRITA, em referência às pontes físicas e culturais que ligam a região do Alto Tâmega à Galiza. Os trabalhos que neste terceiro encontro me couberam foram os seguintes: ida a uma escola falar da minha escrita, participar numa mesa subordinada ao tema “O que vou fazer do resto da minha vida” e dizer poemas num jantar literário. Houve visitas guiadas aos centros históricos de Chaves e de Vidago, apresentações de livros, uma Feira de livro dos autores representados no encontro. Éramos dezasseis autores, oito portugueses e oito galegos. Convivemos bastante, trabalhámos, divertimo-nos. O livro de que falo, na sua terceira série, será editado pela Câmara Municipal de Chaves, promotora do evento. Chama-se muito a propósito KM 0, assinalado no respectivo marco, porque ali começa a estrada nacional nº 2, a mais longa de Portugal, que corre o país de norte a sul. 
Licínia

5. Justine



Sem pensar duas vezes, metemo-nos no carro e lá fomos, direitos ao Alentejo. Não tivemos medo do calor certos de que íamos para um Alentejo diferente, um Alentejo que tinha uma serra a dar-lhe frescura. E foram 3 dias de recordações, descobertas e redescobertas, emoções culturais, estéticas e gastronómicas. Marvão e Castelo de Vide continuam a ser belíssimos locais onde ainda se encontra, mesmo em pleno agosto, silêncio e paz. 
Justine

4. Jawaa

 
Sem pensar duas vezes... dei de frosques do território alheio! 

Jawaa

3. Isabel



Sem pensar duas vezes resolvi fechar a porta a tudo aquilo que não me interessa. A vida é demasiado curta para perdermos tempo com coisas e pessoas negativas.
Não me importo mais com o que podem dizer ou pensar de mim. Vou ser quem sou e viver o que eu quero e não o que os outros querem que eu seja.
Sem pensar duas vezes! 
Isabel

2. Bettips



Sem pensar duas vezes, atirou-se como um peixe para nadar naquele mar de prata. 
Bettips

1. Agrades



Sem pensar duas vezes, defendi com unhas e dentes, as jovens que exibiam a sua beleza e arte, das bocas foleiras dos observadores mais obtusos. 
Agrades

quinta-feira, setembro 06, 2018

AGENDA PARA SETEMBRO DE 2018

Proposta de Agrades
Dia 13 - Reticências com a frase “Sem pensar duas vezes a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Agrades
Dia 6 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba “Bom para formar as nossas palavras. O foco tem de estar todo, e apenas, na ligação entre a palavra que escolhermos para a sílaba proposta e a fotografia que a expressará, quer se trate de um objecto ou de um conceito. 

14. Zé Viajante



Um bom espelho, mesmo danificado, faz milagres

13. Zambujal



Bombordo

12. Teresa Silva



Bombordo

11. Rocha/Desenhamento



Bom

10. Mónica



Bombom

9. Mena M.



Bombons

8. M.



Bombom

7. Luisa



Bombardeamento

6. Licínia



 Bombeiros

5. Justine



Bomboneira

4. Jawaa



Bom sabor a anis

3. Isabel



Bombas calóricas

2. Bettips



Bomba de água

1. Agrades



Bombeiro