Quando eu era pequena,
já capaz de correr e de pensar como gostava do lugar aonde
vivia com os meus pais, nem sempre me sentia feliz ou despreocupada.
Parava
junto das pedras de uma velha casa, julgava perceber a idade delas,
ligando-as à imagem de um senhor idoso, simpático, que me sorria
passando a mão direita pelos cabelos brancos.
No
tempo da Escola Primária, este encontro tornou-se mais raro. E um
dia o senhor Patrício (aprendera a conhecê-lo também pelo nome)
"faltou" à hora habitual, quando eu passava ali. A
porta da casa estava fechada, em vez de entreaberta. E até hoje.
Chegou
a hora de terminar os meus estudos na Universidade, continuo sem
saber o que aconteceu ao senhor Patrício. Os meus pais já faleceram
e nunca me falaram dele. Se eu o referia, eles pareciam baixar a
cabeça, só por vezes murmurando palavras que eu não chegava a
escutar. Penso nele e penso nos meus pais. Naquele tempo estaria ele
já do lado meus pais, ainda activos, puxando por ambos?
Rocha de Sousa
6 comentários:
Até eu estou curiosa com o que terá acontecido ao senhor Patrício...
Bonitas recordações de infância (Luisa)
um bocado tetrico a ideia de chamar morte ao sr. patricio, ou será ao contrário?
A foto faz lembrar um dos Beatles.
Teresa
Achei pertinente o comentário que a Mónica fez.
Toda a infância que se preze tem histórias de terror e de mistério...
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