Com
as palavras dentro do olhar é uma forma de dizer, tanto em relação
à nossa mobilidade visual como em concordância com a memória das
imagens e a sua estabilidade das coisas e das pessoas. E é isso o
que acontece no registo desta imagem urbana, entre gente que trabalha
no primeiro plano, coisas em volta, além uma cabeça levantada, ao
fundo, na dobra entre a sombra e a luz, a deriva meio desfocada das
pessoas que se misturam nas idas e nas vindas, casas da cenografia
urbana, o ruído dos passos, das vozes, de pessoas fora de campo
calcando as pedras do chão. Eis um belo exemplo de como a percepção
visual nos arrasta, em memória, para as representações do mundo.
Rocha
de Sousa
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