Parece que o mundo, neste país que não é o meu mas que também o é, insiste em mostrar-nos um rosto amigável, um sorriso franco, um gesto simples. Parece que o mundo, aqui, voltou aos primórdios, às coisas essenciais, ao som telúrico do vento e da carícia morna de uma onda. Os homens pescam, as mulheres vendem o peixe, e essas actividades económicas completam-se com a horta onde há sempre milho e mandioca, e um porco a passear-se entre as galinhas e as crianças. Todos à solta, todos serenos, todos livres. Depois da pesca, os homens descansam ou jogam futebol; as mulheres, num labor sem fim, vendem no mercado, tratam das crianças e da comida, lavam a roupa, cuidam dos mais velhos. Parece que o mundo, neste canto da terra, ainda vive os movimentos ancestrais em que se baseia o mais fundo dos humanismos, mesmo com defeitos, mesmo com erros. Parece que o mundo serenou, após uma pequena viagem de avião.
Justine
6 comentários:
Nha terra?!
Cusa di nhos terra, Margarida. Sodade!!
Traduz lá a frase, Justine.
De qualquer modo, vejo que texto e painel se unem de maneira muito viva e sentida. Percebe-se bem como gostas desta terra.
ah... a explicação da vida primordial. E as cores, as cores da alegria!
Por mim, não me canso de ver e saber.
bettips
M. aí vai a tradução: coisas da nossa terra, i.e., o burburinho, as mulheres,a solidariedade, as mulheres,as cores e cheiros, as mulheres, o mar, as mulheres, as crianças sorridentes, as mulheres,o vento, as mulheres!!!
Abraço apertado a quem percebe isto
... a gente!
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