É lugar de emigração aquele, a serra caminho verde para o abraço no regresso às festas do calendário litúrgico de cada aldeia e ao tule a esvoaçar como pássaros no adro da igreja. Conversas abrem risos entre famílias e amigos, visitam a casa em construção, assentam mais uma fiada de tijolos na parede da varanda virada ao pôr do sol, escolhe-se o chão onde pousar o futuro, o pensamento entre là-bas e o depois. No entanto, despedaçados podem ficar os sonhos na curva da estrada que se conhece desde sempre, violentamente expostos na memória da terra-mãe em empresa de sucata à beira das giestas em flor. Tão invasivo e chocante pode ser este nosso mundo!
M
7 comentários:
Infelizmente, nem sempre conseguimos controlar a nossa vida:))
A foto é muito interessante:))
É o mundo das sombras
Luisa
Giestas em flor e tragédias, que ensombram para sempre lugares de memórias, que temos em nós.
Sombras simbólicas.
Teresa
Uma das sombras sempre presentes nas estradas do Agosto das viagens, resultado tantas vezes das exuberâncias de férias e de alguma leviandade a elas ligada.
Fotografia cheia de força, M.
onde é que andas M.? numa sucata?
Com toda a tristeza de tanta vida ceifada e latas amolgadas, tal me fizeste pensar, com a foto e as palavras. Como habitualmente se passa, nos silêncios das aldeias e vilas por esse país fora.
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Também me lembrei "dos muros" que se constroiem para separar países, pessoas.
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