De tão enorme que é, e visível de
quase todos os lugares onde estejamos nas ilhas dos Açores, a Montanha do Pico
faz-me pensar em crianças de pouca idade a brincar às escondidas. Tantas vezes
se resguardam por detrás de um cortinado, um braço de fora, a cabecita a
espreitar, os olhos a brilhar num Estou aqui! Outras vezes mal cabendo
debaixo de uma mesa, ou de uma cadeira, o corpo pequeno à vista, a meia a fugir
do pé, felizes por se julgarem invisíveis aos olhos dos adultos. E nós,
supostamente gente crescida, a fingir que não as vemos, o espanto nos Ah,
marotos, estavam aí! Apenas porque também nos apetece brincar à maneira da
nossa infância.
Claro que é tudo uma questão de proporções. Evidentemente que, neste caso,
os papéis estão invertidos: a criança serei eu e a montanha o adulto a ver-me
lá do alto. E isto partindo eu da fantasia de que ela quer brincar comigo.
M
quarta-feira, janeiro 18, 2023
6. M
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7 comentários:
Tão bonito o teu texto, M.
Encantador este texto. Pura poesia
Luisa
Que bela associação, M.
Concordo contigo, Luisa, pura poesia!
Só reafirmo o que foi dito, nesta brincadeira de criança e Pico!
E assim, para nosso gáudio, deste asas à tua imaginação criativa. Excelente, M.!
Muito interessante a associação de ideias neste teu texto.
Teresa
pico pico sardanico. texto amoroso
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