Animais domésticos / Jardinagem
Desde criança que os cães fizeram parte da minha vida. O meu pai era caçador e chegou a ter no quintal 2 perdigueiros, 2 galgos e um setter, e brincar com eles era o meu entretenimento preferido. Dar-lhes banho era também uma festa, porque eu acabava tão molhada como eles. O meu pai divertia-se a ver-me brincar com os cães, a minha mãe em contrapartida zangava-se mesmo muito comigo por ter que me dar outro banho e mudar-me de roupa.
Na casa em Lisboa ainda tentei convencer uma dálmata a habituar-se ao espaço exíguo, e ela fez também diversas tentativas, mas os livros que ela roeu, as toalhas que rasgou, as almofadas que “destripou” não foi suficiente para ela encontrar um cantinho que lhe agradasse. Levei-a para casa do meu pai, e acabou por ser envenenada por um vizinho que não gostava de cães!
Pouco tempo depois a casa de Lisboa foi substituída por uma casa na aldeia, que pertencera aos avós paternos do S., e onde decidimos viver até ao fim…
Mas faltavam os bichos! Cães não podíamos ter, porque os vizinhos tinham galinhas à solta… mas eu propus um gato ou dois, e a proposta foi aceite.
Uma amiga trouxe-nos o Mounty com 2 meses, e ao primeiro olhar apaixonei-me por ele. Era um gato inteligente, calmo, independente, carinhoso, e integrou-se depressa no ambiente: durante o dia andava à caça (algumas peças comia-as depois de brincar com elas até morrerem, outras oferecia-mas vivas, como foi o caso de um coelhinho, de um rato e de uma cobra), à noite dormia na sala enquanto esperava por nós para o serão, e quando chegava a hora de dormir ele punha-se à porta do quarto a chamar insistentemente por nós, para depois se deitar entre nós dois e adormecer.
O Mounty viveu connosco 18 anos. Morreu tranquilamente ao meu colo com uma infecção urinária, depois da veterinária dizer que ele estava a sofrer e não teria cura.
Morreu ao meu colo a olhar para mim até fechar os olhos para sempre, e eu comecei a chorar e não sei quando parei.
A jardinagem, com toda a franqueza, prefiro que sejam os vizinhos da aldeia a fazê-la, pois percebem do assunto e fazem-na de boa vontade. Com um salário combinado entre nós aceitam os meus pedidos: os homens concordam vir tratar das árvores, da relva, da poda, da sulfatagem, etc.! As senhoras tomam principalmente conta dos vasos, de onde retiram as plantas velhas, mudam a terra, semeiam flores de que eu gosto, transplantam outras, e – trabalho longo e nada fácil – limpam as folhas secas dos morangueiros para que continuem a dar generosamente dezenas de frutos por semana!
Gosto mesmo muito de ver os vizinhos a jardinarem no quintal! Também gosto de me sentar no pátio a observar os resultados! Como é bom ter vizinhança desta!!
Justine
2 comentários:
Histórias e imagens da vida que lembras com saudade.
gosto de ler as tuas histórias. tem piada que sou ao contrário, gostava de saber tomar conta de uma horta (mas sei que dá muito trabalho!)
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