Assim pousamos…
Durante a viagem só tivéramos direito a uma sandes manhosa.
Depois, ouvimos, em três línguas, uma voz anunciar a descida, e mandar-nos pôr direitas as costas da cadeira, e exigir-nos que desligássemos todos os nossos aparelhos electrónicos.
E vieram verificar se tínhamos o cinto bem apertado.
Assim pousámos. Não em descida suave, em queda e cheia de sobressaltos. Mas até houve quem aplaudisse…
Logo vieram fazer-se ouvir, as três línguas a uma voz, que não chegava, que não era para já que nos podíamos levantar… Mais tarde, sempre mais tarde. 2013?, talvez 2014, talvez lá para 2015 e aos soluços…
Connosco já aterrados, ordenaram-nos que continuássemos com o cinto apertado. Por tempo indeterminado, ou por tempo sempre adiado.
E que apertássemos ainda mais o cinto. E mais, e mais.
Assim pousados estamos. Até nós dizermos
BASTA, assim não!… vamos é levantar-nos!
Zambujal
7 comentários:
Levantar-nos como, se o avião ainda plana alto?
'Bora lá, levantar-nos e já!
Metáfora para meditar, de bolsos vazios!
"Aterrados" estamos.
Cambalear, ordenar ideias e andar em frente, com a certeza da certeza, "de grupo" maior e cada vez mais.
Sinto o cinto a apertar...
Agrades
Muito oportuna a foto e o texto.
Levantar-nos-emos! Seria bom que fossem mais alguns além dos mesmos do costume. Para muitos, a arrelia não se traduz em vontade de sair da "zona de conforto". É histórico, não é, Z.?
Boa, real e actual história.
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