Esquissos de voos. Precisamos deles como de mobiles sobre berços de meninos. À roda, à roda, provocando risos e gorjeios. Imparáveis.
Estás presa por arames, dizia em tempos o meu irmão. Talvez. Ou será nas memórias que estou presa? Estranhas e brancas são as portas da memória. Às vezes confundem-se. Ou ajustam-se vezes outras na diferença entre si abrindo-se à união possível com o passado. E do futuro que me sobra e desconheço, escondido na sombra ao cimo da escada que lhe dá passagem? Onde tenho eu a chave desse mistério de vida ainda? Onde procurá-la? No patamar do presente? Dentro de mim?
M
2 comentários:
Dos mobiles
(sabia lá eu que assim se chamavam, só mesmo gente junto a criançada, como a Mena tb. Há décadas contavam-se pelos dedos das mãos e chamavam-se "os penduricalhos", "os guizos", bonequinhos com música... enfim! )
passamos às grandes interrogações da memória e às portas que antevimos. Que tantas vezes, fechamos devagarinho, "não vá o sonho acordar".
As grandes interrogações metafísicas num texto exemplar, M.!
Gosto especialmente "do futuro que me sobra"...
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