«I never wonder to see men wicked, but I often wonder to see them not ashamed»
Jonathan Swift (1667 - 1745)
Dia
6 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Fe”
para formar as nossas palavras. Poderá ser colocada no início, no
meio ou no fim da palavra que escolhermos. E não se esqueçam da
fotografia. O
texto que alguns de nós acrescentamos é facultativo.
Dia
13 - Reticências
com
a frase “E
lá vai ela”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia 20 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Agrades.
Dia 27 - Fotografando as palavras de outros sobre este excerto do início de um livro muito interessante (apesar de a tradução não me agradar):
Dia 20 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Agrades.
Dia 27 - Fotografando as palavras de outros sobre este excerto do início de um livro muito interessante (apesar de a tradução não me agradar):
«Na
pequena pensão da Riviera, onde vivi antes da guerra, há uns dez
anos, rebentou uma acesa discussão à nossa mesa, ameaçando
degenerar inesperadamente numa altercação carregada de raiva, ódio
e insultos até. A imaginação da maior parte das pessoas é tosca,
aquilo que não as atinge directamente, que, qual espigão aguçado,
não as toca profundamente, mal pode deixá-las impressionadas. Mas
se alguma coisa acontece, mesmo ali à sua frente, por mais
insignificante que seja, desde que ao alcance do seu sentir imediato,
deixam uma paixão desmesurada tomar logo posse de si. Em certa
medida, substituem o escasso interesse por uma impetuosidade
despropositada.
Também
desta vez aconteceu assim com a nossa tertúlia exclusivamente
oriunda de uma burguesia que cultivava as mais das vezes o
small talk e
o entretém superficial e breve e que frequentemente se desfazia
logo, mal a mesa era levantada: o casal de alemães em excursão e
fotógrafo-amador, o dinamarquês anafado e apreciador das pescarias
enfadonhas, a distinta senhora inglesa com os seus livros, o casal de
italianos em escapadela para Monte Carlo e eu, preguiçando numa
cadeira de jardim ou trabalhando. Contudo, desta vez, insurgimo-nos
todos uns contra os outros, por causa de azeda discussão; e quando
um de nós se levantou inusitadamente, não foi por estar
educadamente a despedir-se, como sempre acontecia, mas porque a
exasperação a quente assumiu, exactamente como acabo de relatar,
forma de fúria.»
Vinte e quatro horas na vida de uma mulher, Stefan Zweig, Editora A Esfera dos Livros, 2008
Vinte e quatro horas na vida de uma mulher, Stefan Zweig, Editora A Esfera dos Livros, 2008
1 comentário:
Venho aqui, neste comentário genérico ao desafio da sílaba FE, congratular-me por nenhum dos comparsas se ter sentido FEbril, nem FElino, nem FEroz, o que não obstou a que a colaboração tenha sido FEliz e FEcunda.
Que viva o eFEmero já que não se pode aspirar (à maneira de Cesário Verde) à eternidade e à perfeição da cousas.
Saudações para todas/os
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