Ga...
Garantiram-lhes
que podiam
ficar ali, sentados, à espera do que pudesse acontecer ou nada.
Fiquem em paz, diziam os velhos, é preciso descansar. Os velhos
gabam
esta solução sob a mágoa
de os verem ali, depois de correrem durante todo o dia, na terrível
fúria
de viver, agora
sem restos, parados, à porta de um albergue desarrumado, cheio de
coisas de súbito inúteis. Nesta época de pressas impensáveis e
noites sem abrigo, há quem presuma, antes dos velhos, a mesma ideia
básica
mas sem esmola, voz saindo
de um jaguar
ao
entrar na garagem que logo se fechou; ou do lado dos condomínios
milionários,
intocáveis na sua diferença ensurdecedora.
Rocha
de Sousa
fotojornalismo
internacional
7 comentários:
De tanta gente sem abrigo e tão poucas certezas: despejados há tantos e sem garantias. Só os velhos que (lhes)restam: ainda há dias dizia uma jovem na tv da ajuda da reforma da mãe... Ensurdecedor o silêncio, como sugeres.
Os novos «pobrezinhos».
Tanto quanto julgo ter percebido do texto, parece-me que a todos pode tocar o infortúnio, independentemente da idade e da situação.
Mundo de inseguranças e solidões. Mas não teria sido sempre assim?
A roda da sorte e do azar que pode andar e desandar para qualquer um, em qualquer tempo.
Nunca se sabe quando a desgraça aparece.
Um texto sério que nos leva a pensar na juventude de hoje tão desarrumada.
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