Não feches a porta, disse ela, que o Zé vem já aí. Ele nunca liga ao que ela diz, coisas de mulher, sei lá quando vem o Zé, e o frio a entrar. Fechou, bam! Salvaram-se da derrocada, apenas uns arranhões, muita poeira e cal no corpo todo. Ela ainda disse nunca fazes o que eu digo. E ele irritado, sacudindo a poeira, cala-te mulher, diz-me lá se o Zé veio, coisas de mulher, não há que ligar. Arranjaram outra casa, bem melhor. O Zé vai lá muitas vezes. Ele é que nunca mais bateu com a porta daquela maneira. Em vez de bam! ouve-se tlic! Nada! que com a crise o seguro só iria dar tuta e meia se a derrocada se repetisse. Só por isso, que ligar ao que a mulher diz, isso nem pensar. Coisas de mulher...
Licínia
10 comentários:
O viva o voo encantado da imaginação...com um pouco de crítica de costumes à mistura:))))
'Tou de filmes e de livros: julgo que "Bonnie and Clyde" não desdenhariam de se esconder aí da bandidagem que lhes persegue a juventude...
Murmuro um riso, coisas de mulheres. Abençoada derrocada que a "outra" é muito melhor, pensa o Zé, ensolarado! (a casa, claro).
Teimosias de velhos; ele, ela e a porta.
Sentido de humor q.b. :-))
Boa história!O que uma porta, que já não o é, pode fazer à nossa imaginação
Eu diria - Coisas de macho, pois a porta já lá não está. Só vontade de embirrar.
Pragmatismo de mulher que poucos homens aceitam
M.J.Jara
Era de esperar: a porta, se estava
no lugar, já se reformara. Ficou
definitivamente aberta, o Seguro
quer lá saber dos seus compromissos!
Era de esperar: a porta, se estava
no lugar, já se reformara. Ficou
definitivamente aberta, o Seguro
quer lá saber dos seus compromissos!
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