quinta-feira, novembro 21, 2013

6. Licínia

É sempre assim, neste tempo do calendário, neste lado do mundo. Um arrepio nas vestes, uma pequena sombra no olhar, um pequeno ruído na folhagem. Diz-se Outono, com as suas sílabas fechadas, e abre-se uma arca de memórias de outros Outonos, de outros tapetes de verde e cobre, noutros jardins onde passeou alguém como nós, dentro de nós, riscando o saibro do chão com a ponta do sapato, a traçar a fronteira do Verão que se ausentou, mas voltará.
Licínia

4 comentários:

Benó disse...

O outono visto por ti é o adeus ao verão com as suas cores de fogo e calor. Gosto deste interpretação.

bettips disse...

Lembraste-me uma menina, de escola em Outubro, "riscando o saibro" do recreio... e sem fronteiras no pensar.
Lindo!

Rocha de Sousa disse...


Boa ideia de reescrever a foto-
grafia, reescrevendo sugestões
vindas da imagem fotográfica

Justine disse...

E o ciclo repetir-se-á, com as mesmas e outras memórias...