Dia 15 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Mena.
quinta-feira, fevereiro 22, 2018
AGENDA PARA MARÇO DE 2018
Leonardo - Disegno di testa femminile
Firenze, Galleria degli Uffizi
Firenze, Galleria degli Uffizi
Proposta
de Mena M.
Dia
1 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “So” para
formar as nossas palavras.
A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e
exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre
ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a
mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a
sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas
facultativo e um complemento.
Dia
8 - Reticências
com
a frase “As
crianças”
a
iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
15
- Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia de Mena.
Dia
22 – Jornal
de Parede.
Dia
29
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o texto
"Escuta, Amor" de José
Luís Peixoto, in “Abraço”
Escuta,
Amor
Quando damos as mãos, somos um
barco feito de oceano, a agitar-se sobre as ondas, mas ancorado ao
oceano pelo próprio oceano. Pode estar toda a espécie de tempo, o
céu pode estar limpo, verão e vozes de crianças, o céu pode
segurar nuvens e chumbo, nevoeiro ou madrugada, pode ser de noite,
mas, sempre que damos as mãos, transformamo-nos na mesma matéria do
mundo. Se preferires uma imagem da terra, somos árvores velhas, os
ramos a crescerem muito lentamente, a madeira viva, a seiva. Para as
árvores, a terra faz todo o sentido. De certeza que as árvores
acreditam que são feitas de terra.
Por isto e por mais do que isto,
tu estás aí e eu, aqui, também estou aí. Existimos no mesmo sítio
sem esforço. Aquilo que somos mistura-se. Os nossos corpos só podem
ser vistos pelos nossos olhos. Os outros olham para os nossos corpos
com a mesma falta de verdade com que os espelhos nos reflectem. Tu és
aquilo que sei sobre a ternura. Tu és tudo aquilo que sei. Mesmo
quando não estavas lá, mesmo quando eu não estava lá, aprendíamos
o suficiente para o instante em que nos encontrámos.
O DESAFIO DE HOJE
Dia
22
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o texto
FRUTO
Por
um desvio semântico qualquer, que os filólogos ainda não
estudaram, passámos a chamar manhã à infância das aves. De facto
envelhecem quando a tarde cai e é por isso que ao anoitecer as
árvores nos surgem tão carregadas de tempo.
Carlos
de Oliveira, Trabalho
Poético,
Assírio & Alvim, Novembro 2003
9. Zambujal
6. M.
3. Justine
quinta-feira, fevereiro 15, 2018
AGENDA PARA FEVEREIRO DE 2018
Proposta
de M
Dia
22
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o texto
FRUTO
Por
um desvio semântico qualquer, que os filólogos ainda não
estudaram, passámos a chamar manhã à infância das aves. De facto
envelhecem quando a tarde cai e é por isso que ao anoitecer as
árvores nos surgem tão carregadas de tempo.
Carlos
de Oliveira, Trabalho
Poético,
Assírio & Alvim, Novembro 2003
O DESAFIO DE HOJE
Dia
15
- Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia de M.
Tendo eu telefonado há pouco à minha amiga Cristina para lhe contar o que aqui se tinha passado a propósito da fotografia inspiradora do desafio de hoje, ela referiu-me que, na sua tese, escreveu um comentário explicativo para cada peça apresentada, o que eu desconhecia. Porque me pareceu interessante partilhar convosco o texto que a esta sua Primavera se aplica, pedi-lhe que mo enviasse.
«Passeando um dia ao acaso, chamou-me a atenção a curiosa forma de um pequeno tronco que apanhei do chão.
Não tinha qualquer ramo que dele partisse, qualquer folha e muito menos qualquer flor.
Fi-lo sentir a Primavera!
Com trabalhos de vidro borosilicato feitos individualmente no maçarico, o tronco foi sendo revestido de rebentos. O sentimento foi o de lhe dar vida, como se o reabilitasse. Agradou-me particularmente a peça conseguida pela harmonia que nela vejo e pela contrastante beleza da transparência projectada na conturbada forma do tronco. A incidência da luz nesta peça valoriza-a pelas diferentes direcções de reflexão da luz. Diferentes direcções são os percursos das nossas vidas que também são muitas vezes retratadas consoante a incidência das luzes.»
Tendo eu telefonado há pouco à minha amiga Cristina para lhe contar o que aqui se tinha passado a propósito da fotografia inspiradora do desafio de hoje, ela referiu-me que, na sua tese, escreveu um comentário explicativo para cada peça apresentada, o que eu desconhecia. Porque me pareceu interessante partilhar convosco o texto que a esta sua Primavera se aplica, pedi-lhe que mo enviasse.
«Passeando um dia ao acaso, chamou-me a atenção a curiosa forma de um pequeno tronco que apanhei do chão.
Não tinha qualquer ramo que dele partisse, qualquer folha e muito menos qualquer flor.
Fi-lo sentir a Primavera!
Com trabalhos de vidro borosilicato feitos individualmente no maçarico, o tronco foi sendo revestido de rebentos. O sentimento foi o de lhe dar vida, como se o reabilitasse. Agradou-me particularmente a peça conseguida pela harmonia que nela vejo e pela contrastante beleza da transparência projectada na conturbada forma do tronco. A incidência da luz nesta peça valoriza-a pelas diferentes direcções de reflexão da luz. Diferentes direcções são os percursos das nossas vidas que também são muitas vezes retratadas consoante a incidência das luzes.»
Cristina
Pato S. Mendes
10. Zambujal
Então
isto faz-se? Olhar, olhei. Uma, duas, três vezes… a ver. A ver se
as palavras saltavam dos dedos para as teclas. Vieram estas, como se
perante um mistério agradável e intraduzível. À espera de amanhã.
Como de uma surpresa…
Zambujal
9. Teresa Silva
Estranho
objecto. Vejo um tronco envolvido em vidro, ou plástico. Mas também
pode ser um doce com açúcar em ponto para dar o efeito do vidrado.
Em qualquer dos casos é uma imagem visualmente interessante.
Teresa
Silva
8. Rocha/Desenhamento
Olhar
é um acto intrínseco à mobilidade visual e abre lugares
conceptuais à percepção do visível: durante instantes (com mais
ou menos demora) as coisas permanecem dentro dos nossos olhos. No
caso desta imagem, que nos foi proposta por M., talvez a síntese do
azul seja decisiva, porque, do lado óptico, a impressão passa por
aí, e o que sobra disso parece um suporte montanhoso logo negado
pelo tampo de mesa onde pousa um elegante e tortuoso ramo (porventura
de uma árvore ou arbusto). As flores ou as folhas que poderiam
envolver esse tronco configuram vidro ou gelo (mais gelo), o que
oferece ao conjunto a intrigante imagem de uma pintura, de uma
composição tridimensional, “instalação”, e releva de um
espectáculo visual melancólico, de subtil geometria, harmónica e
lírica.
Rocha
de Sousa
7. Mena M.
O
primeiro olhar fez-me crer que de gelo se trata, como já me habituei
a encontrar nesta latitude de invernos mais rigorosos. No ar, depois
de um olhar mais atento e demorado, fica a pergunta, numa tentativa
de desvendar o mistério.
O que tem a costa algarvia a ver com o resto?
O que tem a costa algarvia a ver com o resto?
Mena
6. M.
Gostei dela logo
que a vi. Linda. Embora diferente de tudo o resto, ficava bem naquele
espaço onde os objectos contam histórias da História. Tinha sido
colocada ali por tempo limitado, não era uma residente,
não fazia parte da colecção. Estava de passagem, pois estava,
mas marcou presença, cativou o meu olhar, e deste modo a senti:
Desperta
a manhã nos campos ensonados da aldeia e os primeiros raios de sol
derretem suavemente a geada da noite pousada sobre o pequeno ramo,
sua companhia na escuridão das horas.
Primavera
é
uma
das
29 obras criadas por uma amiga minha para o trabalho final do seu
mestrado em Arte e Ciência do Vidro na Faculdade de Ciência e
Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa que foram expostas com o
título
Encontros
entre a Transparência e a Opacidade no
Museu das Comunicações, em Novembro de 2017.
M
M
«A
convivência entre a transparência e a opacidade, e os contrastes
resultantes, foi o que procurei no desenvolver deste trabalho.
Entusiasma-me a natureza, a transparência e luminosidade difusa da
atmosfera, e a cor e transparência do mar. A
minha experiência da vida, as vivências do quotidiano, as emoções
que me tocam, tudo são fontes de inspiração. Começou
a desenhar-se o meu processo criativo perspectivando todo o tipo de
desenvolvimentos artísticos, com ambição, mas também com alguma
inconsciência. Trabalho as minhas ideias, a criatividade e a
liberdade. Improviso, corrijo e faço escolhas com enorme entusiasmo.
Surge por fim a peça que forçosamente tenho como bem conseguida,
autêntica e única. As peças que apresento tiveram como critério de escolha o parecer do meu orientador artístico Dr. Richard Meitner, mas também a forma como vivi as ideias explicitadas, o sentimento que transportam e a agradabilidade sentida na sua elaboração. O responsável pelo trabalho em estúdio,
Robert Wiley, deu-me a conhecer com grande rigor as técnicas e o
trabalhar as inúmeras possibilidades que o vidro nos oferece. O
trabalho com o vidro é fascinante!
Na dinâmica introduzida temporariamente neste espaço, procurou-se uma lógica no enquadramento com as peças do museu, de forma a um equilíbrio harmonioso. (…)»
Cristina Pato S. Mendes
Na dinâmica introduzida temporariamente neste espaço, procurou-se uma lógica no enquadramento com as peças do museu, de forma a um equilíbrio harmonioso. (…)»
Cristina Pato S. Mendes
(Retirado
do folheto de apresentação da exposição.)
5. Luisa
Lembra-me
os cristais fabricados nas fábricas da Marinha Grande mas na
realidade não sei o que é.
Luisa
4. Licínia
Era uma vez um
tronquinho de árvore arrancado, porque velho, porque inútil,
recusado, rejeitado. Nisto pensava o tronquinho, muito triste,
abandonado por mão de homem que o poisou ao acaso no balcão. Foi
quando a noite chegou que de desgosto chorou e a sua seiva brotou do
magoado coração. Já seiva a seiva não era, já madeira não seria
quando a manhã despontou e uma dama que passou lhe pegou e exclamou:
uma jóia, que alegria, isto que aqui se apresenta. Será de oiro
lavrado, de diamante lapidado, mas por estranho que pareça, se a
olhar à transparência, vejo folha, vejo pássaro, e aos meus
ouvidos chega um pedido de clemência. Com cuidado redobrado, ao seu
peito o aconchegou e numa caixa guardou o tronquinho que chorou e em
tesouro se tornou.
FIM
LicíniaFIM
3. Justine
Uma
haste de arbusto adornada com um rendilhado de vidro: força e
fragilidade; opacidade e transparência; dureza e leveza. Contrários
que se harmonizam e transformam o objecto numa outra coisa diferente
dos seus componentes. Metáfora do dualismo de tudo na vida: a coisa
e o seu contrário. A fotografia e o seu simbolismo!
Justine
2. Bettips
Olhando
a foto, de perto e de longe, imagino que só pode ser uma ilusão.
Que, contudo, me lembra a delicadeza e efeitos do gelo transparente
que cobrirá agora os ramos das árvores, por essas terras adiante.
Bettips
1. Agrades
Sobre
a mesa poderá estar um ramo de planta que esteve exposto à
intempérie e ficou parcialmente gelado ou, quem sabe, uma ramada de
anis, coberta de açúcar em ponto, que teve por missão adoçar o
licor?
Agrades
quinta-feira, fevereiro 08, 2018
O DESAFIO DE HOJE
Proposta
de M
Dia
8 - Reticências
com
a frase “A
brincar”
a
iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
9. Zambujal
8. Rocha/Desenhamento
4. Licínia
3. Justine
A brincar é que se aprende. Imitando a figura tutelar do pai, do avô, do herói, vai-se brincando a ser grande, a experimentar vocabulário, a mostrar habilidades, a testar forças.
Às vezes corre bem, muitas outras há que tentar de novo! Até um dia descobrirmos que já não sabemos brincar…
Justine
(fotografia do Pedrinho a “fazer experiências com a água”, assim ele me explicou)
2. Bettips
A brincar completamente ao lado e longe das dezenas de pessoas que ali estavam. Como só as crianças pequenas sabem fazer quando se concentram para resolver problemas “do lugar e do espaço” das coisas. O fascínio do minúsculo, a precisão dos gestos! Porque tantas vezes os olhos das crianças estão a olhar para além da realidade, daquela que nós, adultos cheios de certezas, conhecemos.
Bettips
quinta-feira, fevereiro 01, 2018
AGENDA PARA FEVEREIRO DE 2018
Proposta
de M
Dia
8 - Reticências
com
a frase “A
brincar”
a
iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
O DESAFIO DE HOJE
Proposta
de M
Dia
1 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Ban” para
formar as nossas palavras.
A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e
exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre
ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a
mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a
sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas
facultativo e um complemento.
9. Zambujal
4. Licínia
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