Era uma vez um
tronquinho de árvore arrancado, porque velho, porque inútil,
recusado, rejeitado. Nisto pensava o tronquinho, muito triste,
abandonado por mão de homem que o poisou ao acaso no balcão. Foi
quando a noite chegou que de desgosto chorou e a sua seiva brotou do
magoado coração. Já seiva a seiva não era, já madeira não seria
quando a manhã despontou e uma dama que passou lhe pegou e exclamou:
uma jóia, que alegria, isto que aqui se apresenta. Será de oiro
lavrado, de diamante lapidado, mas por estranho que pareça, se a
olhar à transparência, vejo folha, vejo pássaro, e aos meus
ouvidos chega um pedido de clemência. Com cuidado redobrado, ao seu
peito o aconchegou e numa caixa guardou o tronquinho que chorou e em
tesouro se tornou.
FIM
LicíniaFIM
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