Firenze, Galleria degli Uffizi
Proposta
de Mena M.
Dia
1 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “So” para
formar as nossas palavras.
A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e
exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre
ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a
mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a
sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas
facultativo e um complemento.
Dia
8 - Reticências
com
a frase “As
crianças”
a
iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
15
- Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia de Mena.
Dia
22 – Jornal
de Parede.
Dia
29
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o texto
"Escuta, Amor" de José
Luís Peixoto, in “Abraço”
Escuta,
Amor
Quando damos as mãos, somos um
barco feito de oceano, a agitar-se sobre as ondas, mas ancorado ao
oceano pelo próprio oceano. Pode estar toda a espécie de tempo, o
céu pode estar limpo, verão e vozes de crianças, o céu pode
segurar nuvens e chumbo, nevoeiro ou madrugada, pode ser de noite,
mas, sempre que damos as mãos, transformamo-nos na mesma matéria do
mundo. Se preferires uma imagem da terra, somos árvores velhas, os
ramos a crescerem muito lentamente, a madeira viva, a seiva. Para as
árvores, a terra faz todo o sentido. De certeza que as árvores
acreditam que são feitas de terra.
Por isto e por mais do que isto,
tu estás aí e eu, aqui, também estou aí. Existimos no mesmo sítio
sem esforço. Aquilo que somos mistura-se. Os nossos corpos só podem
ser vistos pelos nossos olhos. Os outros olham para os nossos corpos
com a mesma falta de verdade com que os espelhos nos reflectem. Tu és
aquilo que sei sobre a ternura. Tu és tudo aquilo que sei. Mesmo
quando não estavas lá, mesmo quando eu não estava lá, aprendíamos
o suficiente para o instante em que nos encontrámos.
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