quinta-feira, outubro 11, 2018

7. M.



Estava guardada numa prateleira da sala de estar de uns amigos meus, entre os objectos que ali vivem em perfeita harmonia com os donos da casa. A delicadeza das formas, os desenhos, os tons, o requinte do fecho, a elegância silenciosa daquela peça cativaram-me. Achei a caixa linda e de imediato pensei no livro A História de Murasaki que gostei muito de ler. Dele retirei o excerto abaixo por encontrar uma ligação especial entre ambos. 
« A áspera sebe faz a flor parecer ainda mais sozinha – não chegará a ver o orvalho outonal e nós não chegaremos a cansar-nos dela. 
O poema saiu-lhe ao correr da pena, como se o pincel tivesse ligação com os seus pensamentos mais íntimos.» 
A História de Murasaki, Liza Dalby, Gótica 2000, Sociedade Editora e Livreira, Lda. 
M

5 comentários:

Justine disse...

O livro é de delicadezas, assim como a caixa que mostra a tua fotografia, ela também delicada. Coisas orientais...

bettips disse...

Que dizer? Preciosos momentos em que se lembram poemas e desenhos do Oriente. E se enredam fios do pensamento. "Não chegarei a cansar-me" desse livro de cabeceira que por vezes abro ao acaso. Quando preciso de saber que antes de nós havia mulheres que pensavam além da dureza e aridez dos seus dias.

Anónimo disse...

Gostava de ter esta caixa (Luisa)

Anónimo disse...

Bonita caixa.

Teresa

Mónica disse...

a caixa e o texto são a tua cara M.! gosto da fotografia cortada ao tamanho certo do objecto, sem "ruídos"