Está
no poder da escrita sugerir o que não pode viver dentro dela, antes
passa pelos nossos olhos
e alcança certa zona do nosso cérebro onde a percepção visual
acontece e se desdobra em mobilidade e nitidez entre o que
descortinamos e o que se consolida enquanto vida, no pensar a razão
e tudo o que, atrás dela, se transforma em actos significantes.
Assim o digo a propósito do desafio da fotografia proposta por
Licínia: o que permite imaginar-me a subir aquela espécie de palco,
escrutinando a sua singeleza para ali reinventar duas personagens de
Becket, ambos sentados à mesa, ambos esperando por Godot, entre
noites e dias.
João
Rocha de Sousa
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