D – Devoção
Por ali há inúmeros objectos de devoção: apenas este não é uma coisa. É uma pessoa. A fingir, a distribuir, a receber, “devoção pelas massas”. Olho e admiro esta gente, às vezes com caracterizações que elas mesmas são obras de arte. Mas faz-me sempre muita impressão, desconforto, cobertos de tintas, aquele imobilismo pedinte. Quem sabe se teriam jeito para outras coisas, teatro, mímica ou palhaçadas que fizessem rir as crianças. Praça do Obradoiro, em Santiago de Compostela.
Bettips
6 comentários:
Muito deprimente
Luisa
Uma praça imponente, que nos diminui, nós meros seres humanos…
Gostei da fotografia com a sombra, qual imagem duplicada
para fazer pensar... e o que não o é?
Muito criativo o boneco, acho graça a esta moda de estátuas vivas, há tempos li uma reportagem sobre o homem que costuma estar no Chiado pintado de dourado, incrível, a vida de um homem que descobriu esta forma de ganhar dinheiro para viver, não tem qualquer formação, apenas se disciplinou a estar estático, com eventuais problemas de saúde no futuro, apanha o comboio todos os dias para o local de trabalho e casa, uma vida de sobrevivência.
há tempos interagi com um que se prestou a isso, cantava na baixa, fiquei-lhe agradecida pelo momento.
acho bonita esta homenagem feita pela Bettips
A fotografia está muito boa, a sombra acrescenta-lhe um significado especial. A pequenez dos homens perante as supostas santidades e devoções?
Mas estas estátuas vivas incomodam-me muito, e fico sempre indecisa se hei-de olhar para elas, passar e não lhes dizer nada? Incomoda-me muito.
É uma peça de arte humana. Tanbém me incomodam. Que raio leva uma pessoa a ganhar a vida fingindo que não a tem, e sofrendo, claro.
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