O
espanto pode ser um estado permanente que acompanha a vida de algumas pessoas,
felizes, diria eu, por terem essa companhia que não as deixará morrer de tédio.
Penso que Pablo Picasso terá sido uma dessas pessoas e Paris terá contribuído
para isso. Sei que visitou a cidade uma primeira vez e logo se apaixonou por
ela. Conhecida como centro efervescente de artistas, pintores, escritores, músicos,
pensadores de todo o mundo, sentiu nela a oportunidade de tomar contacto com novos
horizontes.
Do que julgo saber sobre a vida e obra deste homem talentoso, encontro nesta fotografia tirada em 2015, na minha última ida a Paris, um conjunto de aspectos que a ele e às diferentes fases da sua obra associo. As formas, os traços, os arcos, os ângulos, os planos num misto de distanciamento, proximidade e sobreposição, os tons, as pessoas, o movimento adivinhado, fazem-me pensar nalguns quadros que conheço de Picasso. Os lugares por onde passava, as pessoas com quem se ia cruzando, os artistas, as técnicas e modos diferentes de interpretar o mundo, os museus que visitou, tudo o levou a renovar continuamente o seu olhar sobre a realidade e a exprimi-lo de forma inovadora nas obras que nos deixou.
M
5 comentários:
Sim, ele era um homem do mundo e tudo o que visitou e viveu teve grande influência da sua vasta obra
Luisa
Gosto da sobreposição de olhares que fizeste. De facto, Paris-Picasso são indissociáveis.
Vamos lá um dia destes, M.? Vamos? e até podemos ir até ao Museu Picasso, que fica no Marais, o bairro que mais gosto em Paris e onde vi as primeiras obras dele, ainda muito académicas mas prometedoras
"Congratulations" por esta ideia de sobreposição de arcos e traços, em ponto de fuga, das pontes do Sena. Um pintor que era um homem do mundo, viveu no centro dele, à época. E mundano.
Diz-se que Picasso respondeu à pergunta de um oficial nazi que revistava o seu apartamento, em Paris, ao ver o rolo da "Guernica":
"Foi você que fez isto?" e Picasso responde: "Não, foram vocês".
afinal quantas pontes tem Paris?? esta fotografia parece a cena dos espelhos da marilyn monroe, pontes repetidas até ao infinito. bela fotografia!!
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