quinta-feira, março 11, 2021

9. Mónica

Espanto, e Picasso na mesma frase serve para traduzir o que senti à medida que fui lendo sobre a vida de Picasso, caiu de herói para machista misógino, para ser simpática, mas como diz o meu filho não devo ler livros e ver filmes biográficos, é injusto para a obra do artista, pode ser sim, neste caso fiquei a odiar o homem, é possível ter talento do clássico ao abstrato atravessando épocas e modas de pintura sempre em cima, e ao mesmo tempo tratar as suas companheiras como utensílios, pegar usar estragar e deitar fora. Faz de conta que estou na época azul com um quê de cubista.

Mónica

7 comentários:

Margarida disse...

Espectacular, Mónica. Continuas na senda dos quadradinhos? Sua cubista! É o teu Picasso, tu mesma! Bonito!

Anónimo disse...

Às vezes é preferível não ler as biografias dos artistas e admirar só a sua obra
Luisa

Licínia Quitério disse...

O homem e a obra podem ser bem dissonantes. A história da arte está cheia de exemplos.
O teu quadradismo é mesmo um espanto!

Justine disse...

Estamos consonantes na opinião sobre o génio, Mónica. A admiração pela sua obra é equivalente ao desprezo pelo seu machismo

bettips disse...

O teu filho tem razão, é difícil ler e saber do sofrimento egoísta e misógino que o homem causou às mulheres que dizia amar, e pintava. Senti o mesmo.
Quanto à tua fase cubista e utilitária, de reciclar com beleza, gosto muito!

M. disse...

Muito belo o teu quadro e também talvez uma metáfora a acompanhar o teu texto no que sobre Picasso dizes em relação ao modo como tratava as suas companheiras. Como se os rostos que a ele chamara a atenção (com tudo o que um rosto transporta com ele e revela da alma de cada pessoa) acabassem por se lhe tornar invisíveis.

Mónica disse...

menina M. tem umas observações muito pertinentes, como se o rosto não interessasse, e é tão importante. neste caso a razão da falta de rosto é a minha falta de jeito, só isso.

bettips: o meu filho é um rapaz sensato e também não deve querer que lhe esmiucemos a vida ahahahah estou a brincar mas tens razão, por muito que custe não dá para juntar o homem à obra. mas até que ponto podemos perdoar em nome da arte ou da ciencia, por exemplo?

justine: sem duvida! há um outro artista que por acaso não lhe acho piada como actor mas que como homem também me repulsa tipo Picasso, que é o Charles Chaplin, pedófilo, mas pronto, é muito fofoquice junta.

licinia: obrigada pelo adjectivo "quadradismo", vindo de ti vale muito

Luisa: é verdade. mas eu gosto de ler biografias, tenho curiosidade em saber como se "faz" uma pessoa com talento. já li várias de Dali, pelo menos esse assumia que era avida dollares, e pronto

Margarida: obrigada pelo elogio <3