Se há coisa que sinto falta neste confinamento é de comer fora de casa, seja por sentar-me, ler a ementa e pedir, que me sirvam uma comida boa, daquelas que não faço em casa porque não sei e não quero fritar batatas em casa, o prazer de comer sem o trabalho de fazer, assim, o prato à minha frente tal como me está a apetecer, ao mesmo tempo conversar disto e daquilo, partilhar parvoíces e sobremesas, levantar-me da mesa e andar, outros que limpem e arrumem, ou, ainda melhor, comer fora de casa levando a mesa e as cadeiras lá para fora, no pátio do prédio, família e amigos, picnic urbano, cada um traz qualquer coisa, acendem-se as brasas para grelhar, come-se, bebe-se, conversa-se sem tempo, vem a noite, os balões transformam-se em lanterninhas coloridas, um primo põe música na coluna wi-fi, uma amiga discute feminismo, a entoação castelhana do marido persupuesto de uma amiga, uma amiga de infância vinda de avião, olha quem está cá, os amigos dos blogues, miúdos a brigarem, ehhhh festa, ajuntamento, convívio, dois anos depois do dia desta fotografia como será comer fora de casa?
Mónica
5 comentários:
Estou a ver uma confusão colorida de tons e sons, e tudo o que dizes!
Falta-nos convivência e amizades partilhadas no lugar. "Fora" é um lugar qualquer, de barulho e conversas à tôa.
A fotografia ilustra bem o teu texto, sente-se a alegria.
E em 2 anos, quanto mudam as vidas, hein? Bem vistas as coisas, mudam todos os dias...
Que saudades desses convívios no quintal cheio de amigos!
Luisa
Que texto tão vivo, tão saudoso, tão elucidativo! Tudo o que falas nos falta!
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