Graças
ao Senhor, o Carnaval permite-me deixar os salões entediantes da minha corte e
confundir-me com o povo nas suas celebrações da alegria que nos outros dias o
rigor da pobreza lhes proíbe, a madre igreja castiga. Esta noite sou como eles,
por detrás da máscara que me vai permitir ser abraçada pela cintura por um
qualquer lacaio despudorado, tal qual o despudorado Casanova. Correrei pelas ruas
até que a madrugada desponte, eu volte para a minha alcova, tire a máscara da
noite e afivele a outra, a de todos os dias, que o breve tempo do prazer se
finou, por agora.
Licínia
quinta-feira, fevereiro 02, 2023
4. Licínia
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6 comentários:
O texto está giro, ao contrário, o rico que quer ser pobre até à meia-noite, depois a abóbora transforma-se em coche, brincar aos pobrezinhos já dizia a outra :))))
Brincar ao faz de conta durante 1 noite e acordar para a realidade no seu berço de ouro. Porque trocar de verdade ninguém queria. A vida está cheia de carnavais!
Será, mesmo, esta a definição do Carnaval e as suas contradições: o pobre fica rico, o rico tem gozo em se mascarar de pobre, o homem de mulher e por aí fora. A máscara é linda, Veneza "chama".
Que sensação agradável de liberdade poder fingir ser outra pessoa, nem que seja apenas por um dia!
O sonho de muita gente: ser outro nem que seja por um dia
Luisa
Bonito texto!
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