Dia do Pai – Gosto desta data, gostava de dar a prenda ao meu pai, uma coisa feita por mim na escola, uma trapalhice qualquer, que não me lembro que o meu pai fizesse grande alarido em receber. Dia do Pai eram todos os dias com beijos, abraços, brincadeiras malucas e brutas, colos, sustos atrás da porta, algumas chineladas valentes por conta do drama da sopa que eu odiava, um arquear de sobrancelhas um certo tom de voz e obedecia convencida que o meu pai tem sempre razão, o meu pai é que sabe tudo, as histórias mirabolantes e as suas aventuras que fiquei sem saber o que tinham de verdade, as “tiradas” que inventava, tudo o que havia entre nós era perfeito, doce e de admiração um pelo outro. Até o dia em que cortámos relações e só voltei a ver o meu pai no caixão, pouco tempo depois. Nas minhas recentes pesquisas de genealogia tenho aprendido coisas sobre os seus antepassados que ele não sabia, ahh pois, muito mais do que o seu dito “nós os Almeidas varremos para dentro e os Almadas varrem para fora”. O Dia do Pai passou a ser o dia dos pais dos meus filhos, à vez, até se extinguir com o tempo. Já nem dou pelo dia, agora que a Mena pediu para falarmos sobre isso, não é em Março?
Mónica
3 comentários:
Olá Mónica, nem imaginas a gargalhada que dei esta madrugada ao ler o teu texto! Caíu a ficha!!! Não é que quando escrevi os meus desafios nem me apercebi que estava a saltar 1 mês ao colocar o Dia do Pai em fevereiro???? ü
Estou a ficar xéxé!!!!
Mas estou perdoada, espero, pois todos concordamos que o fia do pai é todos os dias!!!
Um texto extraordinário de beleza, amor e humor
Luisa
Admirável todo o amor e cumplicidade entre ti e teu pai, que conseguimos detectar no teu texto!
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