quinta-feira, janeiro 07, 2010

"Palavra" por Justine

9 comentários:

Justine disse...

E porque me apeteceu, aqui vai sobre as palavras:
Epígrafe

De palavras não sei. Apenas tento
Desvendar o seu lento movimento
Quando passam ao longo do que invento
Como pré-feitos blocos de cimento.

De palavras não sei. Apenas quero
Retomar-lhes o peso a consistência
E com elas erguer a fogo e ferro
Um palácio de força e resistência.

De palavras não sei. Por isso canto
Em cada uma apenas outro tanto
Do que sinto por dentro quando as digo.

Palavra que me lavra. Alfaia escrava.
De mim próprio matéria bruta e brava
---expressão da multidão que está comigo.

J.C.Ary dos Santos

Um beijo para vós todas(os)com votos de melhoria de vida !!

Benó disse...

Estarão a cantar?

M. disse...

Os olhos e a expressão do rosto são um auxiliar precioso para dar ainda mais relevo à palavra dita.

M. disse...

Ah e o poema é lindo!

bettips disse...

De coração-palavra sabia ele.
Muito expressiva e bem escolhida, Justine; tempo bom esse, declamado e feito resistente.

Luisa disse...

Lindo poema mas também muito bela a expressão da mulher que deixa as palavras correrem como água.

Anónimo disse...

A palavra é dita pela boca e pelos olhos...
Agrades

Antonio stein disse...

OH minha amiga, quando apitece ,apitece mesmo, é cá do meu grupio.

Mas afinal o que vem a ser isto?
Isto é de uma peça teatral ou alguma outra coisa onde sejam necessários 2 intervenientes.., quem sabe cantar as janeiras.

Bom Ano

Justine disse...

Podia ser isso, António, o cantar das Janeiras, que por estas bandas ainda se faz, porta a porta. Mas neste caso é uma representação teatral,numa livraria que já fechou, da dramatização de um conto de Luandino Vieira. Uma tarde especial...