NÓS, AS MALAS
Vamos à descoberta, ao achamento,
à aventura, à procura dos mundos
infinitos que guardamos nas malas.
Como pesam as malas. Por entre
os fatos, os livros, os sapatos,
arrumam-se, invisíveis, os segredos,
e, no regresso, as mortes dos caminhos.
A pele das malas transporta as nossas
cicatrizes, a gala das noites de diamante,
os rótulos sucessivos dos nossos
sucessivos rostos, os nomes sobrepostos
das cidades do frio, do calor, da mansidão.
Dentro das malas se atravessa a vida.
Viajantes eternos, à descoberta, vamos.
Licínia Quitério
2 comentários:
As malas como invólucros de vida.
A vida faz-se a viajar...
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