Há muito que sabemos… que
sabemos pouco.
Mas há muito que sabemos
tudo
por sabermos que tão pouco
sabemos.
(Ah!
Se eu não morresse nunca! E eternamente
buscasse
e conseguisse a perfeição das cousas…)
No dia em que alguém te
ama… o sol brilha
(não sei dizer melhor…).
No dia em que te ama quem tu
amas…
mesmo que chova e faça
frio, o sol aquece.
Em todos os dias que lutas
(e tens de lutar todos os
dias para humano seres)
aprendes que tens muito para
ensinar
e que tens muito mais para
aprender
A mim, há coisas que ainda
me espantam na vida;
eu, que estou no inverno da
minha vida,
esqueço-me de tardes de
tristeza e de amargura
mas nunca de uma manhã de
amor e de ternura.
Por outras vias do que ouço
e sei,
sei que, afinal, nunca
esqueço nada,
mas sei também que me
habituei
a viver com as lembranças e
com o que nunca esqueço.
Durante
anos e anos, eu dizia: “eu
sei!”
Só que, quanto mais vivia,
mais longe sabia estar de tudo saber.
Agora, que setenta e algumas
vezes badalou o meu relógio,
ainda vou à janela, e olho,
e procuro, e me interrogo.
Agora, eu sei há muito…
que sabemos pouco,
e sei que nunca saberemos
tudo!,
da vida, das flores, dos
amigos, dos amores,
(das coisas, dos seus sons,
das suas cores)
É tudo o que sabemos…
ah! mas isso eu sei!
(uma
misturada de
Dabadie,
Gabin, Cesário,
Brel
e
sei-lá-quem-mais lido e ouvido!)
Zambujal