quinta-feira, outubro 17, 2013

2. Benó

O meu olhar detém-se sobre tanta chave enferrujada, sem préstimo, umas enormes, outras nem tanto e pergunto-me: Que portas, portões, caixotes, baús seriam sido fechados e abertos por estas peças com tantos anos de vida e uso? Que segredos elas teriam ajudado a guardar? E estou a ver as abadessas dos conventos com os grossos cordões na cintura de onde pendiam as chaves das despensas onde se guardavam os doces que elas tão bem sabiam fazer. Ao mesmo tempo, gostaria de saber: Como seriam as chaves dos cintos de castidade?

Benó

5 comentários:

M. disse...

Deliciosa a referência aos cintos de castidade. Do que te foste lembrar, Benó! Agora, se os houvesse (ainda os haverá algures em países prepotentes?) as chaves deviam ser eletrónicas e de deitar fora. Como as chaves dos hotéis modernos.

Licínia Quitério disse...

Ohohoh! Havia ferreiros especializados na sua manufactura e que, segundo dizem os mentideros, guardavam duplicados.

bettips disse...

Acho que já uma vez tirei uma foto a um cinto desses, em algum museu de antiguidades. E olha que fiquei bem espantada!
1) Interessante, Benó, que um dia destes pensei nos teus "aloquetes" com nomes e juras porque os vi um lugar idêntico.
2) E, também estranho "ajuste" nosso: esta foto foi tirada em Sagres, ano passado. Donde que baús, caixotes, tesouros...
3) Os doces, estou convencida, eram eles próprios "as chaves" para adoçar corações e solidões.

Luisa disse...

Qualquer boa dona de casa andava com as chaves à cintura. Nada saía da despensa sem sua autorização. Não deviam era ser tão pesadas como as da fotografia, que deviam guardar segredos bem maiores.

Justine disse...

Ah, as chaves que ficarão sempre no segredo dos deuses...