Dia 28 - Fotografando as palavras de outros sobre este excerto de um livro de que gostei muito, embora de início me tenha sido estranho:
«Nani, Nani. A boneca, impassível, continuava a vomitar. Despejaste para o lavatório todo o teu limo, valente. Abri-lhe os lábios, com um dedo alarguei o orifício da boca, deixei-lhe correr para dentro água da torneira e depois agitei-a com força, para lhe lavar muito bem a cavidade sombria do tronco, do ventre, e fazer sair por fim o bebé que Elena lhe introduzira lá dentro. Brincadeiras. Dizer tudo às meninas, desde a infância: elas depois pensarão em inventar um mundo aceitável. Eu própria agora estava a brincar, uma mãe não é mais do que uma filha a brincar, ajudava-me a reflectir.»
Crónicas do Mal de Amor (A Filha Obscura), Elena Ferrante, Relógio D'Água Editores, Maio de 2014
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