Golegã (Vindima des-humana)
Esta
fotografia foi tirada na vinha de uns amigos que há tempo falavam de
uma nova máquina para recolher as uvas, apenas as uvas, e bastava
uma pessoa para fazer toda a vindima. As explicações não me
convenceram, nada como ir ver de perto.
É realmente um assombro o tamanho da máquina: tem 3 metros de altura e, ao passar pela vinha, faz estremecer a videira e recolhe as uvas, apenas as uvas, que despeja no fim de cada carreira por uns enormes tubos giratórios, para uns dumpers que estão à espera. Há depois uma pequena equipa que percorre as ramadas para recolher um ou outro cacho que fica.
É realmente um assombro o tamanho da máquina: tem 3 metros de altura e, ao passar pela vinha, faz estremecer a videira e recolhe as uvas, apenas as uvas, que despeja no fim de cada carreira por uns enormes tubos giratórios, para uns dumpers que estão à espera. Há depois uma pequena equipa que percorre as ramadas para recolher um ou outro cacho que fica.
Infelizmente
é para aí que se caminha, cada vez mais se substitui o braço do
Homem.
Jawaa
5 comentários:
Não só braço mas o olhar, o carinho - o suor. Perde-se a ligação às coisas, engendra-se menos despesa, mais lucro - e nós vivemos entre estas épocas de mudança, a que torço o nariz. Sentindo o susto das videiras...
Concordo com a Bettips mas, por outro lado, poupa-se tanto esforço e suor humanos!
Eu estou como a Luísa. A vindima nos moldes tradicionais é um trabalho duríssimo. Não penso que se trate de substituir o homem, mas de o libertar para tarefas menos des-humanas.
Esta é uma questão fulcral na configuração que o mundo está a tomar com a globalização e a tecnologia. E tudo se mecaniza e nada se repensa. «A Mão» é um célebre filme de Manuel de Oliveira em que um trabalhador do campo, em tempo lodoso, cai num pântano e mal consegue manter a cabeça acima do lodo. Os outros gritam todos: «A Mão!-nos a mão!» E quando ele consegue levantar braço, é um coto, não a mão. Eles agarram o coto e durante tempo gritam e o coto escorrega.
É isto que nos está a acontecer
De que irão viver os homens quando, daqui a 20 ou 30 anos, os robôs substituírem o trabalho humano? Que mundo é este para onde caminhamos?
Enviar um comentário