quarta-feira, fevereiro 03, 2021

6. M.

 
 

ABELHAS, OLIVEIRAS, AZEITONAS E UMA ABELHA NA CHUVA

São bonitas, as abelhas, em bzzzs atarefados pelos campos e jardins. As da fotografia não são verdadeiras e ficaram presas na fonte do jardim do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, entre outros bicharocos de encantar quem queira encantar-se. Fugiram do Museu Rafael Bordalo Pinheiro, do outro lado da rua. Chega-se lá num instante, basta atravessar o Campo Grande, onde se calhar até nos cruzamos com abelhas reais pousando de flor em flor. Ou de árvore em árvore. Do que não tenho a certeza é se aqui encontro oliveiras ou se elas apreciam as suas flores. Tenho de ir procurá-las, existem ali imensas espécies de árvores. Do mel de flor de laranjeira e do mel de eucalipto já ouvi falar mas nunca os provei, aprecio o de castanheiro misturado com queiró, delicioso, é um dos que fazem parte do meu pequeno almoço. Oliveiras tenho-as visto mais quando já carregadas de azeitonas, e bem apetitosas elas são em tacinhas sobre as mesas a completar sabores e convívios, temperadas com o primo azeite e outros condimentos. E como os pensamentos são sociáveis e se ligam entre si, dei comigo a lembrar-me do livro Uma Abelha na Chuva, do escritor Carlos de Oliveira. Quem conhece um pouco a organização social das abelhas nas suas colmeias e leu o livro, compreende o simbolismo do título e a sua relação com o conteúdo. Muito interessante. Recomendo abram o link abaixo e o leiam até ao fim. Pela minha parte ganhei em ser abelhuda, não no significado mais desagradável da palavra, que ela tem vários, mas pelo néctar que nele sorvi para acrescentar à minha necessidade de mel do conhecimento. Como todos sabemos, imensos são os benefícios que este belíssimo líquido de tons, sabores e espessuras diversas traz à nossa saúde.

M

http://www.blogletras.com/2014/09/uma-abelha-na-chuva-de-carlos-de.html

7 comentários:

Zambujal disse...

Que bom é viajar.
Tomar lugar no a (apenas por ser o primeiro) e, depois, ir da abelha ao mel, partir da oliveira e chegar ao azeite. Tomar por companhia o fruto de um escritor como o Carlos Oliveira... talvez perder-se num labirinto de que se conhece (ou adivinha) a porta de saída mas em que se teima em procurar janelas...

Licínia Quitério disse...

E também deu um filme interessante. Grande tema aqui trouxeste.

Anónimo disse...

Um tema muito interessante acompanhado de belas fotos
Luisa

Mónica disse...

que belo texto, de tirar o fôlego! vou ver o link

Justine disse...

Um texto delicioso, não só pelo mel de vários saberes que de lá "escorre", mas porque me mostra, sem subterfúgios, a mulher multifacetada, interessada, culta que tu és!
Estou a lamber os dedos!
Vi o filme do Fernando Lopes, de que muito gostei, e li há muitos anos o livro do Carlos Oliveira - acho que vou relê-lo, tenho saudades

bettips disse...

Sempre me fez muita tristeza,"Uma Abelha na Chuva". Todavia aqui enquadras tudo em sinfonia perfeita e dá sorriso a lembrança que desenredas. Conheço a última? beira mar há que anos?
Estamos a ficar mais doces? já é a 2ª vez que trazem "mel" ou favos dele, ultimamente, estas minhas belas companhias internéticas!

Anónimo disse...

Muito bem este encadear de ideias, desde o Bordalo Pinheiro ao neo-realismo, passando por um prato de aperitivos.

Já não me lembro do livro, tenho que o reler.

Teresa